Intervenção de Jorge Cordeiro, Membro do Secretariado e da Comissão Política do Comité Central, Encontro Nacional do PCP sobre eleições e a acção do Partido

As razões de voto na CDU

As razões de voto na CDU

Camaradas

As eleições que aí estão são um desafio e uma oportunidade.

Um desafio porque coloca a exigência de um amplo trabalho de proximidade e esclarecimento, de contacto e mobilização capaz de prolongar em apoio e em voto o reconhecimento da acção política do Partido em defesa dos trabalhadores e do povo.

Uma oportunidade para, pelo reforço da CDU, abrir caminho a uma outra política, uma  política alternativa capaz de dar solução aos problemas, elevar as condições de vida, afirmar os interesses nacionais.

São muitas as razões para o voto na CDU. Daqueles que antes confiaram e continuam a confiar esse apoio porque sabem que é respeitado e cumprido. 

Daqueles que não o tendo feito porque se deixaram seduzir pela chantagem do PS se apercebem agora da ilusão que alimentaram. 

Daqueles que induzidos por um suposto combate ao perigo da direita ganham consciência de que a direita não se combate com a política de direita, não se combate com falsos apelos a um voto útil que só serve para ampliar a base de apoio a essa política de direita, combate-se e enfrenta-se, sim, com a coragem e determinação de quem como a CDU é portador de uma política e opções de esquerda. 

Dos que estando genuinamente indignados perante as injustiças percebem que o seu protesto para valer e ter consequências tem de servir para dar força à CDU e não para ser usado por quem para lá das palavras e encenações gerará mais injustiças, exploração e desigualdades. 

Dos que injustiçados e até revoltados têm na CDU a opção mais coerente no combate à corrupção e ao tráfico de influências, da força que denuncia sem hesitações as privatizações e a promiscuidade entre poder político e económico que lhe está na raiz, da força que não pactua com os que querem por via do lobbing tornar lícito o que hoje é crime. 

E é porque essas muitas razões que somam para votar na CDU são as que podem de facto abrir caminho a uma outra política, enfrentar a direita e a política de direita, pôr em causa os interesses do capital, é por essa razão que o PCP e a CDU são os alvos privilegiados do ataque de quem quer perpetuar o poder e  dominação que garanta o  rumo de exploração e de ataque a direitos, que estão na origem das injustiças e desigualdades.

O voto na CDU é o voto no valor da palavra, do sentido que ela tem de respeito pelos compromissos assumidos, da coerência de não dizer uma coisa e fazer o seu contrário. 

O voto que dá sentido e conteúdo à dignidade e ao que ela significa de seriedade e integridade políticas, de dimensão ética, de projecto colectivo concebido para garantir a vida digna a que todos têm direito. 

A 10 março para a Assembleia da República, em 9 de Junho para o Parlamento Europeu, e já a 4 de  Fevereiro nos Açores, o voto na CDU é o voto necessário, indispensável e imprescindível. O voto necessário porque necessária é a força da CDU, a força que conta e não falta na hora de defender direitos e uma vida melhor. 

O voto indispensável para dar força institucional capaz de pesar nas decisões e soluções que respondam aos problemas do povo e do país. 

O voto imprescindível, que tem o valor da proposta mas que vale pelo projecto que transporta como nenhum outro, para dar vida e fazer cumprir Abril. 

Dar força à CDU não é só criar condições para a vida de cada um avançar. É dar força a esse projecto de esperança que a revolução de Abril abriu, retomar o que Abril significou de direitos, do que Abril provou de possibilidade, de progresso e vida melhor. 

Dar mais força à CDU é dar combate à política de direita que todos os dias nega Abril, é inscrever de novo como objectivo cumprir, com a força dos trabalhadores e do povo, o que ele teve de mais promissor, empolgante e transformador.  

Abril não foi uma utopia, foi realização e construção, foi valores e materialização, cuja força perdura e vive como referência incontornável deste Portugal com futuro pelo qual lutamos para construir. 

Todos os dias. Nas eleições, mas muito para lá delas.