Intervenção de Jaime Toga, membro da Comissão Política do Comité Central, Encontro Nacional do PCP sobre eleições e a acção do Partido

Eleições 2024, uma batalha por Abril

Eleições 2024, uma batalha por Abril

Camaradas e amigos,

As batalhas eleitorais que no presente ano enfrentaremos comportam exigências particulares, decorrentes da atual situação política e social, dos perigos e potencialidades existentes e também da ofensiva e do silenciamento que se abatem sobre a campanha da CDU.

Perante tudo isto, e para espanto dos que olham para estas eleições como a mera confirmação do cenário que há muito desenham, reafirmamos a nossa confiança no possível e necessário reforço da CDU, como forma de dar resposta aos problemas que o país enfrenta e construir uma vida melhor.

Temos confiança porque em todo o lado, os problemas e as contradições são cada vez mais gritantes e é no projeto da CDU que residem as respostas para a vida da maioria do povo português. Temos confiança porque o atual quadro não é alheio ao processo que de há muito vimos a desenvolver e que teve na conferência nacional do partido um importante momento.

Construir uma campanha de massas é um objetivo, tarefa e necessidade, mas sobretudo uma real possibilidade com todo o potencial que tal estilo de trabalho encerra.

Urge precisamente adotar novos estilos de trabalho e alargar aquilo que de muito bom e eficaz já fazemos. Temos de perceber, em cada organização, como, em vez de entregar 100 papéis, conseguimos ter 10 boas conversas, esclarecer, mobilizar para o voto e até recolher o contacto. É necessário tentar que a cada papel corresponda uma conversa. Precisamos de quebrar com hábitos que estão instalados, convencer quem se incompatibilizou com os colegas de trabalho, ou com os amigos no café a voltar a falar da vida, dos problemas que os afligem e da importância do voto na CDU. É imperativo identificar cada problema e perceber como é que a partir dele a CDU tem intervenção, prosseguir e até intensificar a luta de trabalhadores e populações no quadro da própria campanha.

Transformar ações de contacto em tribunas, e tribunas em marchas e protestos. Em torno da falta de transportes públicos em Gondomar, ou da necessidade de construir um novo hospital em Santo Tirso. Identificado o problema, aferido o momento em função do sentimento das massas, tomemos a dianteira e elas corresponderão. Em vez de irmos 2 ou 3, vamos 5 ou 6 e levamos as bandeiras, a coluna e a faixa, num estilo de trabalho que galvaniza os próprios membros do partido e os ativistas da CDU.

Tomemos a iniciativa, confiemos nas massas. Porque, quando não deixámos de confiar nos trabalhadores da EFACEC, num cenário muito difícil, reconstruímos recentemente a nossa célula de empresa. Porque quando na freguesia de Valbom em Gondomar confiámos na população, 80 pessoas apareceram espontaneamente num protesto convocado pela CDU, com apenas 3 dias de antecedência e muito trabalho por trás, em torno da alteração do operador de transportes coletivos naquela zona. Confiemos nas massas, dinamizemos uma campanha à sua altura e elas confiarão o seu voto à CDU.

Os nossos adversários contam com o compadrio dos grupos económicos, com largas horas de tempo de antena e sondagens feitas à medida. Então contemos nós, com o fator determinante na longa batalha que é a história. Contemos com potencial transformador de um povo quando toma consciência e se mobiliza. Seja cada organização, cada militante e ativista, capaz de, com arrojo e audácia, trazer cada vez mais para o voto na CDU, e podem ter a certeza que esta confiança tem razão de ser, tem raízes fundas no reconhecido trabalho da CDU junto do povo português.

Viva este nosso Encontro!

Viva a CDU!
Viva o PCP!