Intervenção de Sandra Cardoso, Membro da DOR Braga e 1.º candidata pelo círculo de Braga, Encontro Nacional do PCP sobre eleições e a acção do Partido

Aumento dos salários, emergência nacional

Aumento dos salários, emergência nacional

Uma das muitas emergências nacionais, que herdamos dos governos de políticas de direita que têm estado à frente do país, e talvez aquela que mais se destaca e se faz sentir, porque tem atirado para a pobreza tantos portugueses que apesar de empregados, não conseguem fazer face ao aumento do custo de vida, é o aumento dos salários.

O custo de vida aumenta e o povo não aguenta. Não aguenta, porque não ganha, com o seu trabalho, o suficiente para viver com dignidade. E isto é inaceitável. Se o aumento dos salários acompanhasse o aumento da inflação, hoje ganharíamos muito mais no nosso país, mas tudo se passa ao contrário: segundo um estudo recente, os preços da alimentação, nos 2 últimos anos em que fomos governados pela maioria absoluta do PS, aumentaram em 25,3%, enquanto as pensões subiram 7,8% e os salários uma média de 11,9%. Esta distância entre preços e salários é abusiva. O povo não aguenta.

Não há dúvida que, desta forma não é difícil conseguir o excedente orçamental, de que o ministro das finanças tanto se gabou. A riqueza de um país não se mede pelo seu excedente orçamental, mas pela qualidade de vida do seu povo, que, para comer, ter acesso à saúde, à educação e a uma habitação condigna, necessita de ganhar justamente pelo seu trabalho.

Os salários têm de ser aumentados já. Não é em 2028 que o SMN deve aumentar para 1000€, como embandeirou em arco o novo secretário-geral do PS. É já em 2024, como o PCP propôs na AR ainda em 2023!

Mas a urgência do aumento dos salários não se fica pelo SMN. Há 3 milhões de portugueses que, recebendo mais do que o SMN, recebem menos do que 1000€ brutos por mês. É uma emergência nacional o aumento dos salários já! No mínimo 15%, como propôs o PCP na AR, e nunca menos de 150€. Agira, não em 2028.

Dir-nos-ão que não é possível, ou sustentável, como está na moda. As opções, as prioridades de quem tem estado à frente deste país, são outras! Há dinheiro para tudo, menos para aumentar salários e valorizar o trabalho e as carreiras.

Na região de Braga este paradigma de baixos salários e desvalorização do trabalho prevalece em muitas empresas e sectores, de que são exemplo os sectores têxtil e calçado, a hotelaria e a restauração, na grande distribuição, no sector social, entre outros.

Por exemplo, nas cutelarias da região de Braga, os mesmos trabalhadores que preparam talheres para as casas reais ganham apenas o SMN e em alguns casos não têm aumentos salariais há décadas.

No sector têxtil, a somar ao paradigma do SMN, são diversos os casos recentes de despedimentos e encerramentos fraudulentos, incluindo de empresas que receberam há pouco tempo elevadas verbas de dinheiros público, cujos patrões continuam a usar carros de gama alta. É assim a vida? É assim que tem de ser? Não! Não é assim que tem de ser.

O que faz falta, camaradas, é avisar a malta! Nestas eleições, serão eleitos 230 deputados e os portugueses já viram, num passado muito recente, que uma forte representação da CDU na AR faz a diferença na vida de todos. Por isso, quantos mais deputados da CDU elegermos, mais possibilidades tem quem trabalha de melhorar de vida. Esta é que é a verdade!

Vamos à luta, camaradas!