Declaração de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral

Saudação aos jovens no Dia Nacional da Juventude

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O mês de Março é particularmente caro à juventude portuguesa. Nele se celebram, a 24, e tendo por base um projecto de Lei do PCP, o Dia Nacional do Estudante, e hoje, dia 28, o Dia Nacional da Juventude.

É por isso que hoje estendemos o nosso abraço aos jovens portugueses. Aos estudantes e aos trabalhadores, aos que vivem no campo e na cidade, aos atletas, aos músicos, aos artistas.

Dias que são de valorização da contribuição dos jovens para a luta contra o fascismo, mas que são, principalmente, momento de afirmação do direito a ter direitos, do direito a uma vida melhor.

Dias que, ao longo das últimas décadas, foram de festa, mas foram também e sempre de luta.

E assim seria este ano, fosse nas escolas com acções do movimento estudantil, fosse a partir das empresas e locais de trabalho com a Manifestação Nacional da Juventude Trabalhadora que estava convocada para anteontem pela CGTP/IN e pela Interjovem.

As novas circunstâncias, com a eclosão do surto epidémico, impediram as acções de rua.

Mas não limitaram nem os direitos, nem os sonhos das jovens gerações. E não impediram também a sua criatividade, a sua energia transformadora, desta vez espelhada nas redes sociais.

No PCP, e também na JCP, sabemos bem o quanto os jovens estão entre os primeiros afectados pelas consequências da epidemia, seja na escola, com a angústia de não saber o que vai acontecer nos dias que virão, seja nas empresas e locais de trabalho, confrontados com uma leva de despedimentos e pelo corte nos direitos que sectores patronais estão a promover, com esse pretexto, e abusando já das novas regras do período experimental de 180 dias.

Apelamo-vos, para que não baixem os braços, para que não se calem perante as injustiças ou os atropelos, para que, pelos meios de que agora dispomos, façam ouvir a vossa voz.

Pela nossa parte queremos dizer-vos que acompanhamos as vossas preocupações quanto ao momento presente e quanto ao futuro.
Estamos convosco nas reclamações tão sentidas pela Escola Pública, Gratuita e de Qualidade, pelo fim das propinas, contra os exames nacionais, pelo emprego com direitos, pelo combate à precariedade.

Assinamos por baixo a vossa luta pelo acesso à cultura, ao desporto, a uma habitação digna, ao lazer, à saúde e à educação sexual, à igualdade.

Sabemos quão verdadeiras são as dificuldades para constituir família, para decidir ter filhos, para garantir a mobilidade.

Partilhamos as vossas inquietações quanto às discriminações que perduram e quanto aos perigos para a Paz no mundo que é de todos!

Nestes dias de incerteza e inquietação, assoma-nos a confiança de quem sabe que, em todos os momentos difíceis, em todas as curvas apertadas, foi sempre o povo que olhou de frente os perigos e ameaças, que tomou nas suas mãos os seus destinos e deu resposta aos problemas que lhe surgiram pela frente. Entre eles, na primeira linha, estiveram sempre os jovens portugueses, como Abril bem mostra.

É essa confiança que nos permite olhar o futuro de paz, direitos, prosperidade e felicidade para a juventude que queremos construir.

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