Intervenção de Ana Amaral, Reunião Nacional de Quadros - Sector da Saúde

Situação da saúde

Defender o SNS, é defender a Constituição da Republica Portuguesa é defender o povo é defender Abril.
 
Com o ataque aos serviços públicos, ás funções sociais do estado, pelos sucessivos governos PS,PSD E CDS, com o sem troikas, têm sido arrastados direitos conquistados pelos trabalhadores da saúde.
 
Nos locais de trabalho reinam a prepotência, os abusos e a exploração.
 
O banco de horas ou a bolsa de horas, a adaptabilidade é imposta. É aumentada a carga horária diária, semanal ou mensal como lhes der mais jeito. Turnos de 16h e desrespeito pelo descanso dos trabalhadores, em nome da contenção, da crise ou do deficit tudo serve para explorar os trabalhadores .
 
Com a desculpa da interrupção do horário de trabalho prevista pela lei, aplicam aos trabalhadores  a hora de refeição. No entanto, como os serviços são de laboração contínua estes  profissionais não podem abandonar as tarefas ou seja os doentes, e são também desta forma explorados, realizando diariamente uma hora a mais. 
 
Mais trabalho com menos meios humanos e materiais é sinónimo de pior qualidade de serviços de saúde.
 
Muitos auxiliares recebem salários que não chegam aos 500euros.
 
Com baixos salários e salários de miséria, estes trabalhadores vêem-se na necessidade de procurar outros trabalhos, para fazer face aos seus compromissos financeiros. Acumulando mais carga horária e desistindo da vida familiar e social.
 
Estes trabalhadores que viram a sua carreira ser extinta são tratados com o maior desrespeito, sendo pau para toda a colher e não sendo muitas vezes o seu papel tão importante nos serviços de saúde, reconhecido ou valorizado, mesmo pelos outros profissionais.
 
Representam cerca de 30% dos profissionais de saúde, são imprescindíveis para a prestação com qualidade dos cuidados de saúde e dignificam o S.N.S. 
 
Os ritmos de trabalho aumentam pela não renovação de contratos de trabalho ou pela não substituição de trabalhadores que se  aposentam, uns  porque atingiram a idade da reforma, outros porque não aguentam a pressão instituída nos serviços e preferem ir embora, por vezes com penalizações superiores a 50%.  Trabalhadores com mais de 30 anos de trabalho com reformas de trezentos e poucos euros, mas preferem ser penalizados a serem mal tratados nos serviços.
 
Os trabalhadores da área administrativa que manuseiam valores ou dinheiro, continuam sem que lhe paguem o abono para falhas a que têm direito, embora exista legislação em vigor e especifica. Com o aumento das taxas moderadoras estes profissionais cada vez mais, lidam diariamente com mais dinheiro, se houver uma falha têm que desembolsar o dinheiro em falta.
 
A precariedade no setor é dantesca mais de metade dos trabalhadores têm uma situação laboral precária, vivem diariamente sob a sombra do medo do despedimento, sob a ameaça constante por parte de algumas chefias, que de uma forma prepotente vão  tecendo   cometários tais como: não está contente, temos lá fora uma fila de desempregados que o podem substituir, ou porte-se bem, não convém fazer greve , não se deve dizer tudo aos sindicatos, tudo serve para tentar calar a voz da indignação, do protesto e da revolta.
 
Tal como fizeram os dirigentes da Maternidade Alfredo da Costa no passado dia 8 ao impedir o  delegado sindical de exercer  o seu legítimo direito á actividade sindical, embora tivesse requisitado para o efeito, tendo sido impedido de entrar no seu próprio local de trabalho. Sendo-lhe sugerido que podia ir acompanhado por um segurança, mas só lhe era permitido  colocar o cartaz de apelo á greve geral no placard sindical, sendo depois escoltado pelo segurança até á porta.
 
Eles tentam tudo para que os trabalhadores não se organizem eles tentam tudo para que os sindicatos não ajam.
 
Porque eles têm medo, como dizia há dias um camarada, eles têm medo que os trabalhadores percam o medo!
 
Com a desculpa da redução de custos começam a surgir medidas isoladas, para já, tais como no hospital do Barreiro e na Maternidade Alfredo da Costa. O conselho de administração decidiu unilateralmente cortar a ceia aos seus trabalhadores no turno da noite. 
 
Parece uma coisa de menos importância não fosse o facto de que aquele bem, muitas das vezes era utilizado para levar para casa e ajudar a fazer face ás dificuldades dos trabalhadores
 
Os apelos de ajuda junto do sindicato são constantes não só por questões laborais , mas por situações financeiras e sociais desesperantes, situações dramáticas de falta de dinheiro para comprar medicamentos, pagar a água a luz o pagamento da prestação da casa entre outros compromissos.
 
No entanto os trabalhadores não se resignam não baixam os braços e sabem que o caminho é só um, o da luta!
 
E dia 22 vão aderir  á grande jornada de luta a GREVE GERAL!
 
VIVA O SNS
VIVA O PCP