Intervenção de Diana Ferreira na Assembleia de República, Interpelação ao Governo n.º 1/XV/1.ª

«A resposta que é urgente dar aos trabalhadores e aos reformados é a da valorização geral dos salários e o aumento extraordinário das pensões para todos»

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Aumentam os preços dos combustíveis, da electricidade, do gás; dos bens alimentares (muitos duplicando o seu valor); os custos com a habitação. Aumentam os lucros dos grupos económicos da energia e da grande distribuição (entre outros). Só não aumentam, de forma a garantir a reposição e a valorização do poder de compra, os salários e as pensões.

Não porque não seja urgente, não porque não seja possível, mas porque o PS (e os demais partidos à sua direita) não o querem fazer. O Governo PS, com as opções que tem feito, alimenta um caminho de empobrecimento dos trabalhadores e dos reformados e pensionistas.

Há disponibilidade financeira para dar borlas fiscais às grandes empresas e aos grupos económicos, para lhes atribuir apoios públicos, para os subsidiar no pagamento dos baixos salários.

Mas não há disponibilidade financeira nem vontade política de valorizar, de forma significativa, os salários e as pensões.

Não é uma questão de falta de dinheiro – é uma escolha do PS para onde vai o dinheiro que existe. E o PS escolhe oferecer ao patronato.

E Sr. Ministra, onde já vai o aumento do SMN deste ano e o aumento extraordinário das pensões (mesmo sendo agora recebido com retroactivos)! Completamente absorvidos pela inflação, pelo brutal aumento dos preços – dos mesmos bens e serviços cujos preços o Governo se recusa a controlar, mantendo intocáveis lucros milionários e dando via verde aos sacrossantos mercados.

A resposta que é urgente dar aos trabalhadores e aos reformados é a da valorização geral dos salários e o aumento extraordinário das pensões para todos, de forma a repor e valorizar o poder de compra.

Uma resposta que é necessária agora.

É agora que as dificuldades são brutais!

É no momento presente – que antes do meio do mês já não há salário nem pensão para centenas de milhares de trabalhadores e reformados fazerem face às suas despesas; que mais de 525 mil trabalhadores estão em situação de pobreza, empobrecendo a trabalhar; que centenas de milhares de reformados têm pensões de miséria – é agora que é preciso garantir respostas.

Assume o Governo, hoje, para responder ao momento presente, o aumento do salário mínimo para os 850 euros num curto prazo, o fim da caducidade da contratação colectiva para aumentar os salários médios, aumentos para a Administração Pública de forma a compensar o poder de compra perdido em mais de uma década e a valorizar as carreiras, aumento de todas as pensões repondo e valorizando o poder de compra de reformados e pensionistas?

É que se não assumir este o caminho o PS é directamente responsável pelo aumento das desigualdades, da pobreza entre trabalhadores e reformados e da degradação das condições de trabalho e de vida.

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