Intervenção de Paula Santos na Assembleia de República, Reunião Plenária

Vai o Governo continuar a empurrar os trabalhadores e os reformados para o empobrecimento ou vai aumentar salários e pensões para garantir uma vida digna?

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Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro,

Crescem as desigualdades e as injustiças, aumenta a exploração, avançam as privatizações, os serviços públicos degradam-se. 

Os sacrifícios dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens, são os lucros dos grupos económicos.

Esta é a realidade que o Governo PS insiste em não enfrentar. Faz que faz, para não fazer o que é preciso e resolver os problemas dos baixos salários e das pensões, dos preços especulativos, da saúde, da educação e da habitação. 

Com esta moção de censura, o Chega procura iludir as pessoas, para parecer ser o que não é. Nas questões estruturais o Chega coloca-se sempre ao lado dos interesses dos grupos económicos, em prejuízo dos trabalhadores e do povo. É assim, quando defendem intransigentemente os lucros das grandes empresas. É assim quando defendem a transferência da prestação de cuidados de saúde para os grupos privados do negócio da doença ou quando defendem a privatização da educação. 

O Chega, tal como tal o PSD, a IL, e o PS representam a continuação desta política, como já se viu no passado.

A questão que se coloca Sr. Primeiro-Ministro, perante a continuada degradação das condições de vida dos trabalhadores e dos reformados que não sabem como vai ser no mês seguinte, ou dos jovens que não conseguem uma vida autónoma, é se vai prosseguir a política de direita, ou se vai de facto vai dar resposta aos problemas?

Nada impede o Governo de valorizar os salários e pensões. Vai continuar a empurrar os trabalhadores e os reformados para o empobrecimento ou vai aumentar salários e pensões para garantir uma vida digna? É uma emergência nacional o aumento de todos os salários em 15% e o aumento do salário mínimo nacional em 910 euros a 1 de janeiro de 2024, e de 1000 euros durante o próximo ano, como os trabalhadores reivindicam e o PCP propõe.

O Governo tem todos os instrumentos para travar o esbulho dos salários e das pensões com o aumento dos custos da habitação. Não pode sacudir a água do capote como se não tivesse qualquer responsabilidade. Não considera imoral que a banca alcance lucros record, quando as famílias já não sabem como pagar o aumento da prestação da casa? Quando vai pôr fim a esta indecência?

E quanto à saúde e à educação, vai continuar a ignorar os problemas e nada fazer para os resolver, ou vai valorizar carreiras e remunerações e garantir condições de trabalho, combater a precariedade, para que haja mais professores na Escola Pública e para fixar os profissionais de saúde no SNS?

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