Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Resultados da COP25

Passaram quatro anos desde o acordo de Paris. Fizeram-se várias proclamações de emergência climática desde então. Do ponto de vista de uma concreta redução das emissões de gases de efeito de estufa para a atmosfera, o efeito prático do acordo foi nulo. Não foram ainda definidas metas concretas de redução coerentes com os objectivos fixados em Paris.

É certo que com frequência os objectivos proclamados dão guarida a outro tipo de objectivos, menos nobres e menos mobilizadores. Basta ver o desfile de multinacionais que patrocinaram a conferência de Madrid.

Tão ou mais importante do que os objectivos sãos os meios, os instrumentos, definidos para os alcançar. Dizem-nos muito sobre os interesses lideram determinados processos.

Talvez não por acaso, um desses instrumentos - o mercado do carbono - esteve no centro da discussão em Madrid, tendo espoletado contradições que inviabilizaram um acordo.

A monetarização do carbono, a compra e venda do direito a poluir a atmosfera, serve indisfarçáveis interesses. Não serve nem os interesses dos povos, nem genuínos objectivos ambientais.

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