A dois meses das eleições do PE, talvez não existisse melhor evidência da concertação entre a direita (com o PSD ) e a social-democracia (com o PS) do que este rosário de entendimentos: - do amém à dita "constituição europeia" - que serviria para subverter ainda mais a soberania e independência de Portugal; - à denominada "luta contra o terrorismo" - com o reforço das medidas securitárias, a sua utilização para subtrair competências aos Estados ou para a militarização das relações internacionais; - da "Estratégia de Lisboa" - com a enésima reafirmação do Pacto de Estabilidade, da liberalização (trabalho, saúde, pensões), agora com a "novidade" da criação de mecanismos vinculativos para os Estados; - ao Médio Oriente - com a aceitação do "status quo" no Iraque e sua legitimação através do papel da ONU ou a injusta co-responsabilização dos palestinianos pela situação na Palestina. Quanto à Conferência Intergovernamental, parece que a Espanha e a Polónia lá (re)integrarão o grupo dos que "mandam". Na prática, as grandes potências vão impondo o seu domínio, com a subserviência dos restantes governos. Veja-se a recente substituição de um espanhol por um espanhol na comissão executiva do BCE ou a imposição de um francês como candidato "europeu" à presidência do FMI.