O elemento central deste relatório é a defesa do aprofundamento do processo de militarização da UE enquanto pilar europeu da NATO, tendo em vista uma maior articulação e complementaridade das suas potências na divisão de trabalho no mundo. O objectivo é ganhar vantagem nos processos de domínio estratégico das cada vez mais escassas matérias-primas e recursos energéticos de que as grandes potências e os monopólios da UE são dependentes, assim como o domínio sobre vias de comércio e mercados. A "abordagem abrangente" aqui defendida visa igualmente a preparação de um conjunto de meios militares e civis e a sua maior interoperabilidade, garantindo uma capacidade de intervenção reforçada da UE, mais livre dos "empecilhos" das soberanias nacionais, da morosidade de uma maior ou menor democraticidade do processo decisório de cada país. Visa a imposição de poderes políticos e o estabelecimento de alianças militares cooperantes com os seus interesses, lá onde estejam em causa os interesses dos monopólios das grandes potências da UE. Visa a destruição das soberanias nacionais, promovendo processos de ingerência e afronta do direito internacional e da Carta da ONU. A alternativa à militarização da UE existe: a efectiva implementação de um sistema de segurança e cooperação na Europa, com base nos princípios da Acta de Helsínquia.