Intervenção de

Preparação da Cimeira Informal de Chefes de Estado e de Governo em Lisboa - Intervenção de Pedro Guerreiro no PE

Sobre a reforma dos tratados, a Presidência do Conselho apenas
reafirmou que anseia atingir mais uma etapa, não a última, no processo
de recuperação do projecto inscrito na dita "constituição europeia".

Ou seja, mais um passo no processo iniciado em Junho, sob a liderança
da Presidência alemã, que procura impor o conteúdo essencial de um
tratado rejeitado, reapresentando-o de uma outra forma, procurando
avançar à revelia e contra a vontade já expressa por povos,
consubstanciando uma autêntica fraude política.

Com este tratado pretende-se:

  • Alicerçar as políticas neoliberais contra direitos e conquistas
    sociais, dando resposta aos interesses das grandes transnacionais;
  • Reforçar o federalismo sob o domínio das grandes potências, num
    quadro em que é atribuída personalidade jurídica à União e são
    retiradas competências aos Estados;
  • E militarizar a UE, como pilar da NATO, de forma a promover a
    ingerência e o intervencionismo, segundo os interesses das grandes
    potencias;

Um tratado que visa concretizar a criação de um bloco económico-político-militar, com ambições imperialistas.

Um tratado que não ultrapassará as profundas e insanáveis contradições
desta "integração europeia" e que, pelo contrário, as agudizará.

Pela nossa parte continuaremos: a denunciar os reais objectivos deste
tratado; a afirmar a necessidade da sua rejeição; e a exigir a
realização de um amplo debate nacional e de uma consulta ao povo
português - em prol de uma Europa de cooperação entre Estados soberanos
e iguais em direitos, de progresso e de paz!

Por fim, gostaria de saudar a realização da grande manifestação
promovida pela CGTP-IN, que se realiza em Lisboa, no próximo dia 18 de
Outubro.

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