Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Mandato para o trílogo sobre o projecto de orçamento para o exercício de 2013

Este relatório coloca no centro das suas prioridades para o orçamento 2013 a mirífica "promoção do crescimento e do emprego", em consonância com a chamada "Estratégia Europa 2020", cujos resultados estão à vista: baixas taxas de crescimento económico, agravamento do desemprego a níveis históricos, do trabalho precário e mal pago, aumento da pobreza e da consequente exclusão social.
Reiteradamente, o orçamento comunitário não dá resposta à necessária coesão económica e social, isto é, não coloca as pessoas e os graves problemas que enfrentam no centro das preocupações, e ainda menos responde ao autêntico desastre económico e social que enfrentamos.
Este relatório afirma o contrário. Diz que o "orçamento da UE tem tido um impacto económico genuíno e complementado com sucesso, até ao momento, as políticas de relançamento dos Estados-Membros". Seria difícil maior desfasamento face à realidade. Diz também que o orçamento da UE "não deve ser vítima das políticas mal sucedidas a nível nacional". Seria difícil ser mais fiel à retórica do directório germânico. Diz ainda que se deve "economizar nas rubricas que mostram problemas na sua execução". Iludindo perigosamente as causas da sub-execução de muitas rubricas. Entre muitos outros aspectos negativos, como os relativos ao aprofundamento do mercado único.
São razões bastantes para o nosso voto contra.

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