Financiamento do desenvolvimento

As relações de interdependência assimétrica, típicas do capitalismo globalizado, são geradoras de um desenvolvimento desigual à escala global.

A fractura Norte-Sul é provavelmente a mais óbvia e viva expressão dessa desigualdade. Se bem que não a única.

Com a desigualdade económica vem a dependência e a subordinação políticas.

São diversos os instrumentos que promovem este ciclo de empobrecimento, dependência e subordinação crescentes.

É o caso da dívida externa. Várias vezes paga e não obstante sempre crescente, não haverá política de cooperação para o desenvolvimento séria e eficaz sem abordar esta questão nem sem o imprescindível cancelamento desta dívida e dos mecanismos que a sustentam. Não se trata de solidariedade mas sim de uma questão de justiça.

Justificadas pela dívida, temos as intervenções de organizações internacionais como o FMI e o Banco Mundial, profundamente debilitadoras das frágeis economias dos países em desenvolvimento e promotoras da drenagem de recursos endógenos para os ditos doadores, recursos que chegam a ultrapassar os montantes da Ajuda Pública ao Desenvolvimento. Assim acentuando a desigualdade.

A Ajuda Pública ao Desenvolvimento é crucial e deve aumentar, de acordo até com compromissos assumidos mas não cumpridos. Mas é insuficiente. E não pode servir de biombo para esconder os efeitos desastrosos de políticas sectoriais assentes no proteccionismo dos ricos, na liberalização do comércio, na desregulação e liberalização do sistema financeiro, nos paraísos fiscais, sem esquecer a tentativa de exportação e imposição de modelos de organização económica e política, que tantas vezes desrespeitam a soberania, as necessidades e as legítimas opçõe

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