Intervenção de Miguel Viegas no Parlamento Europeu

Discussão conjunta-Semestre Europeu de 2017

O semestre europeu confirma mais uma vez a sua verdadeira natureza com mais um ciclo de austeridade e de políticas neoliberais.

25 Anos após a aprovação do tratado de Maastricht, é hoje por demais evidente que o euro e os seus instrumentos de governação económica não cumpriram minimamente com as promessas de estabilidade, crescimento económico e coesão.

O euro é hoje reconhecido como um instrumento de divergência que desarticulou grande parte das economias dos estados membros, impondo cortes no investimento, privatizações e ataques às funções sociais do estado e aos seus serviços públicos.

15 Anos depois da introdução do euro, Portugal está mais pobre e dependente, divergiu da média da UE e debate-se com o fardo de uma dívida que lhe foi imposta pela troika e pelas políticas do euro e da União Europeia.

Perante o profundo descontentamento das populações e dos trabalhadores, estes relatórios apontam para mais do mesmo, o mesmo triângulo infernal da austeridade que amarra os estados nacionais e impede, com as ameaças do tratado orçamental, qualquer política alternativa.

O euro não serve as economias do Sul, representa um instrumento política destinado a forçar a aplicação da agenda neoliberal da UE ao nível de cada estado membro. Representa hoje parte do problema é não da solução. Neste sentido, entendemos que a libertação de Portugal dos constrangimentos do euro representa uma condição necessária e indispensável para voltar a colocar o nosso país num novo rumo de desenvolvimento.

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