Grande arruada na Parede

CDU imparável

CDU imparável

«Há muitos anos que não se via [aqui] uma arruada assim», constatou Jerónimo de Sousa no final da primeira iniciativa de hoje, terça-feira, 29, realizada entre a estação de caminhos-de-ferro e a baixa da Parede, no concelho de Cascais.

À mobilização de activistas e apoiantes do PCP-PEV acresce a extraordinária recepção por parte de populares e comerciantes, alguns dos quais, ao cruzarem-se com o Secretário-geral do PCP, manifestaram a sua admiração pela intervenção coerente da CDU e garantiram que no dia 4 de Outubro vão confiar o seu voto à força que faz convergir comunistas, ecologistas e milhares de homens e mulheres sem filiação partidária.

Alguns vão votar no PCP-PEV pela primeira vez, relatou Jerónimo de Sousa no final da arruada perante dezenas de pessoas empunhando bandeiras com a foice e o martelo e o girassol, sigla que surgirá no boletim de voto no próximo domingo. Razão pela qual, prosseguiu o dirigente comunista, a CDU consolida todos os dias a certeza de que «vai crescer nesta batalha tão importante».

No entanto, os activistas do PCP-PEV «não devem ficar a contemplar o êxito. Há [ainda] muitos votos para conquistar», alertou depois Jerónimo de Sousa, que pediu a todos «mais um esforço» para traduzir em número de deputados eleitos na Assembleia da República o ambiente de simpatia e reconhecimento vivido nas ruas.

Ambiente que se sente, também, entre os pequenos e médios comerciantes, a quem o Secretário-Geral do Partido e primeiro candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa deixou algumas garantias. «Sabemos quais são as aspirações daqueles que têm visto a sua vida andar para trás com o aumento da carga fiscal, o Pagamento Especial por Conta ou a diminuição do poder de compra», por isso confiem «na força que vos apresenta soluções», a «força amiga» que «quando aqui voltar» terá a consciência tranquila porque «respeitará o vosso voto», disse.

Compromisso sólido

No final da iniciativa, Jerónimo de Sousa disponibilizou-se para responder a algumas questões dos jornalistas. Os temas andaram à volta dos números, quer da alegada ordem da Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, para que a Parvalorem ocultasse mais prejuízos do BPN, quer aqueles divulgados pelo INE que indicam um aumento da taxa de desemprego em Agosto.

No primeiro caso, o cabeça-de-lista da CDU pelo distrito de Lisboa notou que a «arte de substituir a verdade por esquemas contabilísticos não é novidade neste Governo», mas, sublinhando que «não se podem esquecer os 5 mil milhões já enterrados no BPN» nem todos os «escândalos e toda a corrupção», defendeu que «o problema não se resolve com o afastamento da ministra», mas «com o afastamento do PSD/CDS-PP».

Quanto aos números do desemprego, depois de reiterar que o executivo de Passos/Portas tem sido perito em «torturar as estatísticas», lembrou que os estágios ou as formações profissionais têm servido para manipular os dados, quando a questão de fundo é que «sem crescimento económico não há emprego».

Por fim, Jerónimo de Sousa foi novamente confrontado com a suposta estratégia eleitoral da CDU de fazer do PS um dos principais alvos de crítica, bem como sobre o pretenso peso e responsabilidade de, no futuro, não viabilizar um governo com o PS.

«É uma avaliação que fazemos a partir da política concreta», insistiu, até porque, continuou, «[o PS] não é capaz de dizer “a CDU não tem razão”» nas críticas que faz.

«Era o que faltava assinarmos um cheque em branco», concluiu, assegurando igualmente que o PCP-PEV «nunca faltará a medidas positivas», mas dado «o compromisso que tem com os trabalhadores e o povo», dará «combate a todas as medidas negativas».

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