Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Autoridade Europeia de Supervisão prudencial das instituições de crédito

Uma vez mais o que prevalece nas decisões tomadas pela maioria do PE são os dogmas neoliberais do aprofundamento do mercado interno dos serviços financeiros e a garantia da livre circulação de capitais. Depois da supervisão virá o "mecanismo de resolução" e depois deste algo que dirão defender os depósitos bancários. São evidentes as preocupações em criar mecanismos que facilitem a intervenção da UE no sentido de salvar alguns bancos, como tem vindo a acontecer nos últimos anos, sem que esses mecanismos estivessem estabelecidos, e deixar cair outros. Trata-se, portanto, de um processo de concentração e centralização do capital financeiro ao nível da UE. Estes mecanismos lançam a suspeita sobre alguns bancos, sobretudo dos países da periferia, para concentrar nos bancos das grandes potências o capital financeiro ou para subordinar ainda mais os grupos económicos de cada país ao grande capital transnacional e às suas estratégias para não só manter como aprofundar o processo especulativo. Harmonizações atrás de harmonizações, perdas em cima de perdas de poder soberano de cada país e a situação da maioria dos trabalhadores e dos povos, sobretudo de países como Portugal, vai-se agravando, ao mesmo tempo que o seu poder de decidir ou influenciar a decisão se reduz de forma muito significativa.

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