Intervenção de Sandra Pereira no Parlamento Europeu

Aumentem-se os salários! Reforce-se a contratação colectiva! Elevem-se os direitos laborais!

Num contexto em que se acentuam os ataques aos direitos dos trabalhadores, aos seus salários e às suas condições de vida, falar em “emprego de qualidade” tem, necessariamente, de abordar o aumento geral e urgente dos salários, a elevação dos direitos laborais e a reforço da contratação colectiva, a erradicação da precariedade, a redução do horário de trabalho sem perda de remuneração, o combate à desregulação de horários e a defesa da conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional, a concretização dos direitos dos pais ou cuidadores e das crianças.
 
As imposições da União Europeia, através dos seus vários instrumentos, a reboque de argumentos de reforço da chamada economia social de mercado, ou da necessidade de aumentar a competitividade, têm sido sinónimo, no meu país, e ao longo dos anos, de regressão social, destruição dos rendimentos e direitos da classe trabalhadora, de emigração massiva.
 
Não compactuamos com visões socializantes do Semestre Europeu e da Governação Económica.
Não se pode ter sol na eira e chuva no nabal.
 
Ou seja, não podemos querer acabar com a pobreza e a exclusão social, promover o aumento geral dos salários, garantir uma rede pública de creches de acesso universal e gratuito, acabar com o flagelo do desemprego juvenil e de longa duração, assegurar habitação acessível e garantir uma vida digna aos nossos idosos e, ao mesmo tempo, defender o acentuar das políticas que condicionam a sua concretização e das regras draconianas do euro.
 
As necessidades são perentórias:
Aumentem-se os salários!
Reforce-se a contratação colectiva!
Elevem-se os direitos laborais!

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