Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Abuso de informação privilegiada e à manipulação de mercado(abuso de mercado)

sta proposta não cria as condições necessárias para tratar de forma séria os comportamentos ilícitos - em muitos casos mesmo criminais - nos mercados financeiros. Em vez de pôr fim à crescente financeirização da economia, à livre circulação de capitais e à especulação financeira nos mercados de capitais - largamente responsáveis pela crise que enfrentamos - definem-se apenas alguns paliativos de efeito limitado.
A proposta exclui do seu âmbito de aplicação as actividades monetárias e a gestão da dívida pública, mantendo este paraíso que tem servido a especulação e através dela a imposição da destruição de direitos sociais e laborais de dimensão civilizacional em países como Portugal. Para além disso, promete conceder às entidades supervisoras nacionais uma série de direitos discricionários, como os de aceder a instalações privadas os apreender documentos e registos de comunicações electrónicas, de transmissão de dados e de conversas telefónicas, quer das empresas investidoras quer dos operadores de comunicações, excluindo essas actividades de validação por entidades, nomeadamente judiciais, que verifiquem a objectividade da sua fundamentação e a boa fé com que elas são conduzidas. E fixa como um dos seus métodos de investigação destes ilícitos o recurso a denunciantes internos das organizações aos quais se propõe pagar incentivos. Isto é, a actividade dos famigerados "bufos" é remunerada.

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