Senhora Presidente, Senhora Comissária Ribera,
Há duas ideias centrais neste debate.
A primeira ideia central é a de que a concorrência só serve à União Europeia quando dá jeito aos grupos económicos e às multinacionais.
Quando serve para limitar o investimento público, o funcionamento das empresas públicas ou impor a sua privatização, o pretexto da concorrência dá jeito. Quando as regras da concorrência limitam os interesses e os lucros dos grupos económicos e das multinacionais, a concorrência já não serve.
Aliás, prova disso mesmo são as orientações da Comissão Europeia, com a sua política de concentração e de fusões, a pretexto da competição das grandes multinacionais europeias com americanas e chinesas.
A segunda ideia central deste debate é que o relatório que estamos a discutir confirma a falência da política de concorrência, mas é sobretudo a vida das pessoas que confirma isso.
Quando os grupos da distribuição se concertam para aumentar preços dos bens essenciais, ao mesmo tempo que esmagam os preços pagos aos produtores, é a concorrência que está em falência.
Quando as empresas de comunicações aumentam preços e concertam as condições dos contratos que impõem aos consumidores, é a concorrência que está em falência.
Quando os preços da energia aumentam, porque as empresas multinacionais do setor abusam da posição de mercado, é a concorrência que falha.
Não é com a farsa da concorrência que se resolvem os problemas dos povos.