Intervenção de João Oliveira no Parlamento Europeu

A vida das pessoas confirma a farsa da política de concorrência

A vida das pessoas confirma a farsa da política de concorrência

Senhora Presidente, Senhora Comissária Ribera,

Há duas ideias centrais neste debate.

A primeira ideia central é a de que a concorrência só serve à União Europeia quando dá jeito aos grupos económicos e às multinacionais.

Quando serve para limitar o investimento público, o funcionamento das empresas públicas ou impor a sua privatização, o pretexto da concorrência dá jeito. Quando as regras da concorrência limitam os interesses e os lucros dos grupos económicos e das multinacionais, a concorrência já não serve.

Aliás, prova disso mesmo são as orientações da Comissão Europeia, com a sua política de concentração e de fusões, a pretexto da competição das grandes multinacionais europeias com americanas e chinesas.

 

A segunda ideia central deste debate é que o relatório que estamos a discutir confirma a falência da política de concorrência, mas é sobretudo a vida das pessoas que confirma isso.

Quando os grupos da distribuição se concertam para aumentar preços dos bens essenciais, ao mesmo tempo que esmagam os preços pagos aos produtores, é a concorrência que está em falência.

Quando as empresas de comunicações aumentam preços e concertam as condições dos contratos que impõem aos consumidores, é a concorrência que está em falência.

Quando os preços da energia aumentam, porque as empresas multinacionais do setor abusam da posição de mercado, é a concorrência que falha.

Não é com a farsa da concorrência que se resolvem os problemas dos povos.

 

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