Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Sobre o possível aumento da “factura da luz” em 10%

O anúncio de que a “factura da electricidade” pode vir a aumentar 10% já a partir do quarto trimestre de 2018 exige que o Governo intervenha no sentido de o impedir, designadamente, exigindo esclarecimentos junto das entidades reguladoras sobre as razões que explicam o elevado preço da eletricidade transaccionada no mercado grossista e promovendo o regresso dos consumidores à tarifa regulada - possibilidade aberta com a aprovação de legislação proposta pelo PCP –, agilizando os procedimentos para a sua concretização e promovendo informação junto dos consumidores.

As notícias que dão conta deste novo aumento da “factura da electricidade” comprovam os graves prejuízos para os interesses nacionais que resultam das decisões de liberalização do mercado energético e de privatização da EDP.

Ao mesmo tempo que as famílias, os sectores produtivos e o País se vêem obrigados a pagar mais cara a energia eléctrica, as multinacionais que operam no mercado energético acumulam rendas e lucros fabulosos e o Estado fica limitado na intervenção que devia assumir para inverter a situação.

A possibilidade deste novo aumento de preços da electricidade é anunciada sem qualquer elemento que o justifique, a não ser a satisfação dos interesses dos grupos económicos do sector energético.

Recorde-se que o mês de Maio deste ano foi, em termos do preço de eletricidade transaccionada no mercado grossista, o mais elevado desde 2008.

Situação tão mais escandalosa quanto o preço de petróleo está hoje cerca de 30% mais baixo que há anos atrás; o preço do carvão tem também conhecido um decréscimo; há hoje mais 30% de capacidade de produção eólica instalada do que havia há dez anos; e que a hidraulicidade está, em 2018, acima do ano médio, havendo muito potencial eléctrico armazenado nas albufeiras.

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