1- O Governo, através do Ministro da Administração Interna anunciou, como forma de resolver o envelhecimento do dispositivo e a falta de candidatos aos concursos de admissão à PSP, a alteração da idade dos concorrentes, passando dos 19 para os 18 anos, a idade mínima, e dos 27 para os 30, a idade máxima.

2- O PCP considera que não é alargando o leque de idades dos potenciais candidatos que se resolve um problema cuja raiz está na falta de atractividade das condições oferecidas e que quer os sindicatos quer o PCP há muito denunciam e exigem solução. A solução está na dignificação da profissão!

3- Importa ter presente que a admissão de candidatos com 30 anos de idade colocará no seu desenvolvimento, para além do tempo útil de condições físicas para o serviço operacional, todo um vasto conjunto de problemas como, por exemplo, que progressão na carreira? Que tempo de descontos e valor das pensões aquando da aposentação? E não é aceitável que estes e outros problemas não sejam considerados por parte de quem pondera tais opções, limitando-se a uma estrita óptica de procurar responder aos problemas da instituição de forma imediatista sem medir  os impactos futuros das decisões. 

4- Como o PCP há muito alerta, a raiz do problema está no arrastamento sucessivo da resolução de muitos problemas como, por exemplo: no não encarar com determinação a adopção de uma tabela remuneratória justa; na não valorização do risco da profissão, com um subsídio de risco adequado, como o PCP propôs neste Orçamento do Estado; na não atenção aos problemas económicos e familiares resultantes das deslocações prolongadas no início da carreira; no não respeito pelo consagrado no Estatuto profissional no que respeita à passagem à pré-aposentação; na falta de condições na segurança e saúde no trabalho e na deterioração da assistência na doença, entre outros aspectos. 

Mostre-se que é possível abraçarem uma carreira onde podem progredir e verem recompensado o seu esforço e profissionalismo e os candidatos surgirão.