Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Processo de privatização BES/Novo Banco - Crime contra o País

Depois da privatização do BES, depois de a família Espírito Santo e os grupos que orbitavam em seu redor terem, durante décadas, desbaratado os recursos do Banco, depois de uma gestão danosa ter aberto um buraco financeiro, depois de em 2014 o então Governo PSD/CDS ter avançado para uma resolução do BES, que abriu portas à fuga dos bens, propriedades e boa parte dos capitais. 

Depois de afirmarem que só havia uma alternativa, entregar o BES à Lone Star, como fez o PS, o que permitiu a este grupo económico norte-americano gerir uma carteira de crédito com garantias públicas a seu bel-prazer, sacar largos milhões em dividendos e ainda vender quando e a quem quisesse o Banco.

Depois de tudo isto, aí está a venda do Banco pela Lone Star a um grupo económico francês, mais um crime económico que o Governo PSD/CDS procura consumar, com a cumplicidade e o silêncio de Chega, IL e PS.

O Estado e os portugueses pagam o Banco, um grupo económico norte-americano ganha em meia dúzia de anos quase cinco mil milhões sem na prática ter gasto um cêntimo, e os franceses ficam com um banco novo e limpo.

Os que no passado juraram que a resolução do BES não teria custos para os portugueses porque este fundo era alimentado pelos bancos - mais uma mentira que o PCP desmontou – são os mesmos que, perante uma perda de recursos públicos nunca inferiores a 6,3 mil milhões de euros, agora se dizem satisfeitos com a venda do Novo Banco e até a caracterizam como um bom negócio. 

Estamos perante mais um golpe, mais um crime económico, talvez o maior a que já assistimos neste século, uma afronta aos trabalhadores e ao povo, uma opção que despreza o interesse e os recursos nacionais. 

Uma opção que serve os grupos económicos e que conta com o silencio, a acção e apoio de uma política que se verga perante os seus interesses.

O PCP não aceita que se concretize este crime.

O Estado português tem 25% do Banco, pagou um gigantesco buraco financeiro e tem o dever de defender os interesses nacionais, o Novo Banco devia e deve ser integrado no sistema público bancário ao serviço do País. 

É necessário travar este negócio e este crime. 

É isso mesmo que o PCP propõe que a Assembleia da República faça, através do Projecto de Resolução que insta o Governo a reverter este processo. 

  • Economia e Aparelho Produtivo
  • Central
  • Banca
  • Bancos
  • BES
  • Chega
  • IL
  • Novo Banco
  • Privatizações
  • PS
  • PSD