Posições Políticas

Sobre a derrota da conspiração reaccionária

1. A manifestação contra-revolucionária anunciada para o dia 28 saldou-se por uma nova e brilhante vitória das forças democráticas e do Movimento das Forças Armadas.

Sobre as provocações e manobras da reacção

1. Como o Partido Comunista Português tem vindo a alertar, desde o 25 de Abril que a reacção e os fascistas desalojados do poder pelo glorioso Movimento das Forças Armadas conspiram contra as liberdades.

Sobre o acordo de Lusaka e os acontecimentos de Lourenço Marques

1. O processo de descolonização experimenta um decisivo e histórico progresso. A guerra findou em Moçambique. Todo o território do Rovuma ao Maputo passa a ser administrado por um governo de transição em que dois terços dos ministros são da FRELIMO. A 25 de Junho de 1975 nascerá uma nova nação africana de língua portuguesa.

Sobre a decisão do PS de retirar o seu apoio à CDE de Lisboa

O PCP tornou conhecimento, através do Diário de Noticias de hoje, de um comunicado do Partido Socialista relativamente ao Movimento Democrático Português, onde o PS anuncia a decisão de retirar o seu apoio à CDE de Lisboa, “enquanto a CDE de Lisboa não declarar, e agora explicitamente, que não disputará as eleições para a Assembleia Constituinte”.

Sobre os incidentes no Rossio

1. Logo após o motim dos pides-DGS na Penitenciária e as cargas contra o povo que alarmado se juntara, repetem-se em Lisboa actos de violência que aproveitam directamente à reacção.

O PCP protesta vigorosamente contra a repressão exercida por elementos da PSP, de que resultaram um morto e vários feridos.

Sobre manobras da reacção

1. O Partido Comunista Português chama a atenção para o facto de que, apenas alguns dias depois da formação do novo Governo Provisório e da solene declaração do direito dos povos das colónias portuguesas à independência, se desenvolve uma frenética campanha reaccionária e anticomunista, com poderosos meios financeiros, e que tudo indica assenta, em grande parte, em organizações clandestinas.

Sobre a histórica declaração do Presidente da República

A declaração solene feita hoje pelo presidente da República, general António de Spínola, sobre o reconhecimento do direito à independência dos povos submetidos ao colonialismo português, reveste-se de grande alcance histórico, é um novo marco na vida da nação portuguesa, uma decisão profundamente patriótica e de transcendente significado nacional e internacional.

Sobre o actual momento político

1. A designação de um destacado oficial do Movimento das Forças Armadas, o tenente-coronel Vasco Gonçalves, para primeiro-ministro cria fundada esperança em que a crise do Governo será rapidamente resolvida.

2. O PCP continua pronto a participar num governo de coligação e pronuncia-se favoravelmente à entrada no Governo de outros oficiais do Movimento das Forças Armadas.

Sobre o actual momento político

1. A crise actual surgiu em resultado da iniciativa do primeiro-ministro Prof. Palma Carlos, que, sem consultar o Governo, propôs ao Conselho de Estado:

a) Eleição do presidente da República no prazo de três meses;

b) Referendo para aprovação duma Constituição Provisória com adiamento das eleições para a Assembleia Constituinte até Novembro de 1976;