Intervenção de Paula Santos na Assembleia de República

O PCP continuará firmemente a defender a Paz!

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Desde 2014 que o PCP denuncia a guerra na Ucrânia e as suas dramáticas consequências para o povo ucraniano, apelando à paz e ao respeito pela vida e pelos direitos políticos, culturais, económicos e sociais de todos os ucranianos, sem qualquer discriminação.

Aliás, este Parlamento teve oportunidade de se pronunciar pela primeira vez condenando a guerra na Ucrânia a 25 de julho de 2014, quando por iniciativa do PCP foi colocada uma proposta de voto a discussão – proposta que foi então recusada. Por mais que sejam as pressões para repetir em coro o discurso da escalada da guerra que é hoje imposto como pensamento único, o PCP continuará firmemente a defender a paz, tal como tem estado desde 2014.

Por isso, o PCP condena todo um caminho de ingerência, violência e confrontação, o golpe de Estado de 2014, promovido pelos EUA na Ucrânia, que instaurou um poder xenófobo e belicista, a recente intervenção militar da Rússia na Ucrânia e a intensificação da escalada belicista dos EUA, da NATO e da União Europeia.

Continuaremos, hoje como ontem, a rejeitar o caminho da escalada militarista, do envio de cada vez mais sofisticado equipamento militar, da imposição de sanções, porque esse é o caminho de quem defende a guerra, de quem não quer parar o conflito, de quem na verdade é indiferente ao sofrimento do povo ucraniano e do povo russo, de quem quer impor a via militar e a guerra económica, independentemente da destruição e do desastre económico e social que daí possam resultar para aqueles dois povos.

A instigação da guerra da Ucrânia por meses ou até anos, como perspetivam o Presidente dos EUA ou o Secretário-Geral da NATO, certamente à custa da morte dos ucranianos e russos, revela que a paz não está no seu horizonte. Contra esse caminho da guerra, o PCP continuará a defender o caminho da paz e a afirmar que é urgente inverter a escalada de confronto económico e belicista em curso, que é necessário intervir para alcançar um cessar-fogo e uma solução negociada, que garanta uma resposta comum aos problemas de segurança e do desarmamento na Europa, o cumprimento dos princípios da Carta da ONU, do direito internacional, da Acta Final da Conferência de Helsínquia. Como é indispensável intervir para travar o aproveitamento da guerra e das sanções como pretexto para agravar as condições de vida dos trabalhadores e dos povos.

O PCP está solidário com as vítimas da guerra na Ucrânia, que já dura há oito anos, e condena todos os atos criminosos contra as populações, nomeadamente em cenário de guerra, que tenham ocorrido ou ocorram na Ucrânia, tal como condena os que ocorreram ou ocorram no Iraque, no Afeganistão, na Líbia ou em qualquer outro país.

Por isso, o PCP considera que é necessária uma cabal e rigorosa investigação das situações ocorridas na Ucrânia, por entidades efetivamente independentes, que contribuam para o apuramento da verdade, e não para, a partir de falsas situações e de operações de manipulação, fomentar linhas de provocação para justificar junto da opinião pública estratégias de escalada da confrontação, que só levarão ao agravamento do conflito, à perda de mais vidas humanas, a maior sofrimento, com dramáticas consequências para os povos da Ucrânia e da Rússia, para os povos e a paz no mundo.

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