Intervenção de Edgar Silva, membro do Comité Central, XVII Congresso do PCP

A Organização Regional da Madeira

Vivemos um tempo em que multidões de mulheres e de homens são deixados à margem do desenvolvimento, como espectadores ou explorados num festim para o qual poucos foram efectivamente convidados. Existe uma massa de excluídos que o chamado desenvolvimento cria e multiplica. Estranho desenvolvimento, que desune e desagrega.

A profundidade das desigualdades sociais, tendem, hoje, a ser ainda mais agravadas. Em consequência de desastrosas orientações políticas temos a ampliação do fosso que separa os pobres dos ricos. Com a actual regressão social, é cada vez maior em Portugal o número dos relegados para as periferias sociais, os despossuídos.

É intolerável que depois de todos os fundos comunitários o tamanho das desigualdades sociais e territoriais se tenha agravado. É inaceitável que depois da propalada “torneira europeia” de um milhão de contos/dia, para Portugal, tenhamos cerca de meio milhão de desempregados, 23% da população na pobreza, cerca de 200 mil portugueses passando fome. Trata-se do reverso mais visível, e macabro, de um modelo de concentração de riqueza que faz multiplicar a pobreza.

Esta realidade resulta da ofensiva em curso no nosso País, no quadro da ofensiva global do Capitalismo, face à qual o nosso Partido é indispensável. Não estamos condenados à submissão a tão injusto sistema. Embora se apresente como irresistível, não é fatal.

Para defrontar o sistema de injustiça que se apresenta como inevitável existem homens e mulheres comprometidos numa difícil luta pela transformação da sociedade, que aponta como objectivos a Democracia, a abolição da exploração do homem pelo homem.

Neste contexto, os valores profundamente humanistas que identificam o PCP, a sua acção firme, corajosa e confiante é essencial para que a esperança persista, para que a luta corajosamente prossiga por um mundo outro, pelo Socialismo.

Na Região Autónoma da Madeira, desde o último Congresso, a Organização Regional intensificou a sua intervenção no combate à política de Direita. O PCP assumiu directamente a mobilização da luta das populações e o apoio à luta dos trabalhadores. E tem sido pela ligação à vida e a partir dos problemas concretos das massas populares que o PCP e a CDU se afirmam de forma gradual como forças consequentes de oposição. Assim se compreendem os resultados eleitorais alcançados.

Pelas potencialidades que encerra a luta das populações e dos trabalhadores, o Partido deu especial destaque à dinamização de justas reivindicações, impulsionou e organizou as populações na defesa dos seus direitos. No apoio directo e nas diversas etapas reivindicativas estiveram sempre os dirigentes do Partido, os eleitos no Parlamento Regional ou no Poder Local, procurando assim contribuir para a consequente defesa dos interesses das massas populares e para dar expressão organizativa e pública à vontade colectiva, a partir dos lugares sociais mais desfavorecidos.

No quadro da luta mais geral que o PCP desenvolve também na Madeira reconhecemos o muito que é necessário fazer para reforçar a influência social, política e eleitoral do PCP e da CDU. De acordo com as Teses propostas a este Congresso, tudo faremos para que o Partido seja, cada vez mais, o motor dos movimentos de massas, a força motriz dos movimentos sociais no combate à Direita e às suas políticas e na construção de uma alternativa política de Esquerda.

Viva o 17º Congresso!
Viva o PCP!

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