Discutimos hoje o resultado das negociações entre o Parlamento e o Conselho relativamente ao Orçamento da UE para 2025.
À imagem da própria posição do Parlamento, este é um acordo que continua a dar prioridade aos interesses das multinacionais e dos grandes grupos económicos e não aos interesses dos trabalhadores e dos povos.
Um Orçamento que destina mais de 21 mil milhões de euros à ingerência, à política de confrontação, ao militarismo, à guerra e ao controlo de fronteiras.
21 mil milhões de euros que faltarão no apoio aos sectores produtivos, na coesão económica, social e territorial, no apoio ao investimento nos serviços públicos, na habitação.
Um orçamento que corta mais de 200 milhões nos apoios à agricultura, desprezando milhares de agricultores que saem à rua em luta pela sobrevivência e por mais apoios ao sector.
Aquilo que este Parlamento viu como uma vitória no mecanismo de cascata para o pagamento dos juros do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, não pode deixar de ser visto como um prejuízo para os trabalhadores e para os povos. Este acordo vai levar a que possam ser canalizados para o pagamento dos juros montantes que estavam destinados à coesão, ao combate à pobreza e desigualdades, aos sectores produtivos.
Apesar de considerarmos que este é um orçamento enviesado à nascença, interviemos neste processo com propostas que davam prioridade às respostas aos problemas que atingem os trabalhadores e os povos.
Apesar de terem sido rejeitadas pela mesma maioria que vai agora aprovar este orçamento, elas continuam a fazer falta aos trabalhadores e aos povos e fazem parte da alternativa pela qual continuaremos a lutar.