Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Novo máximo na inflação torna mais necessário o aumento dos salários e das pensões e o controlo dos preços

Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)  para a inflação no presente mês de Outubro (estimativa rápida) atingindo os 10,2% constituem o valor mais elevado registado em termos homólogos no corrente ano e o mais elevado desde o início dos anos 90. Os maiores contributos para este aumento foram uma vez mais dos produtos energéticos que cresceram 27,6% e dos produtos alimentares não transformados que cresceram 18,9%. No entanto, a chamada inflação subjacente (inflação calculada retirando a variação dos preços dos produtos alimentares não transformados e dos produtos energéticos) cresceu em termos homólogos 7,1%, o que significa que as subidas de preços estão hoje alargadas a todo o cabaz de compras das famílias. 

Tendo por base os valores registados em Outubro, a inflação acumulada ao longo dos dez primeiros meses do ano é já de 7,4% e tudo aponta, a manter-se o ritmo de crescimento de Outubro, que a inflação anual atinja os 8,2%.

Estes dados vêm uma vez mais confirmar não só a ausência de respostas por parte do Governo PS que continua a recusar aumentos dos salários, das reformas e das pensões que recuperem o poder de compra perdido, bem como a necessária regulação dos preços, como põem em evidência o contraste entre as dificuldades, que estão a ser impostas aos trabalhadores e ao povo português, e os lucros que estão a ser divulgados e apropriados pelos grupos económicos e financeiros que se aproveitam da situação. 

Preocupações que se avolumam ainda mais quando se assiste à tomada de decisões como a da subida das taxas de juro por parte do BCE que, em nome dos interesses do capital financeiro, podem vir a agravar ainda mais a situação económica e social.

Para o PCP é urgente parar com a escalada de confrontação e sanções e o aproveitamento que delas está a ser feito. É preciso aumentar salários, reformas e pensões muito para lá do que o Governo admite e que o grande capital deseja, assegurando a recuperação do poder de compra perdido. É preciso regular preços na energia, nos bens alimentares, na habitação, de modo a travar a especulação e proteger o poder de compra. É urgente promover políticas de apoio social e de reforço dos serviços públicos que impeçam a acelerada degradação das condições de vida. São necessárias políticas de estímulo ao desenvolvimento da produção nacional, de diversificação da actividade económica e de incremento do investimento público, contrariando as ameaças de estagnação e recessão económica que se desenham no horizonte.

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