O governo da Hungria anunciou recentemente a construção de um muro de 175 km de comprimento e 4 metros de altura na sua fronteira com a Sérvia. A construção deste muro prende-se, segundo as autoridades húngaras, com a necessidade de proteger o país contra imigrantes que usam a Sérvia como porta de entrada para o espaço da UE. Estes imigrantes são na sua maioria oriundos da Síria, palco de uma guerra sangrenta fomentada a apoiada pelas potências ocidentais e pela Nato.
A construção deste muro da vergonha insere-se numa escalada antidemocrática que caracteriza a actuação do governo Húngaro e dos partidos nacionalistas e de extrema-direita que o suportam, o Fidesz e o Jobbik e que tem passado pela aprovação de leis antidemocráticas e antissociais dirigidas contra a imprensa e contra as minorias.
Pergunto à Comissão Europeia que avaliação faz sobre a construção deste muro, designadamente no quadro das políticas de imigração da UE e da necessidade de fazer face ao enorme afluxo de refugiados oriundos de zonas de conflito onde a UE tem fortes responsabilidades.