Vários relatórios publicados na imprensa demonstra que a decisão de suspender a operação humanitária da Marinha italiana, “Mare Nostrum”, no final de 2014, contribuiu para um aumento dramático das mortes de migrantes e refugiados no mar. De acordo com os números mais recentes, mais de 1.700 pessoas já terão morrido este ano – um número 100 vezes maior do que no mesmo período de 2014. O mito de que a operação “Mare Nostrum” funcionava como um “factor de atracção” é assim desmontado pelas estatísticas.
No fim do “Mare Nostrum”, os governos europeus instruíram a Agência Europeia de Fronteiras (Frontex) para iniciar a operação “Tritão”, que não é uma operação de busca e salvamento. Ao contrário dos navios da “Mare Nostrum”, a “Tritão” está limitada à patrulha de fronteira até 30 milhas náuticas das costas da Itália e de Malta – muito aquém de onde a grande maioria dos barcos de migrantes e refugiados ficam em risco.
Pergunto à Comissão Europeia que avaliação faz da implementação da operação Tritão face a estes números e perante a manifesta incapacidade da mesma poder efectivamente policiar os 2,5 milhões de quilómetros quadrados do Mediterrâneo.