Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Inflação de 9,9% em Novembro torna inadiável o aumento dos salários e pensões e a regulação dos preços

De acordo com o INE a inflação homóloga (variação em relação ao mesmo mês do ano anterior) atingiu neste mês de Novembro os 9,9%. Os maiores contributos para este aumento foram uma vez mais os produtos energéticos que cresceram em termos homólogos 24,8% e  os produtos alimentares que cresceram 18,4%. A inflação acumulada ao longo dos onze primeiros meses do ano é já de 7,7%. E a inflação que se prevê no final de 2022 será superior a 8%, um valor que representará para milhões de trabalhadores e reformados um corte real no seu poder de compra com o valor equivalente a um salário ou a uma pensão das que auferiram neste ano.

Acresce que, para 2023, nada indica que não se prolongue a escalada dos preços, incluindo pelo aproveitamento que os grupos económicos estão a fazer do actual enquadramento internacional. Pelo contrário, os aumentos de preços já anunciados para o início do ano – electricidade, portagens,  telecomunicações, etc – conjugado com o aumento das taxas de juro, com forte impacto no custo da habitação, ameaçam aprofundar o empobrecimento que se está a verificar em 2022. Um empobrecimento ao qual o Orçamento do Estado recentemente aprovado não responde antes agrava. 

Perante esta realidade, numa atitude alinhada com os interesses do grande capital, o Governo ao mesmo tempo que recusa a valorização dos salários e das pensões e a regulação dos preços dos bens e serviços essenciais - designadamente na energia, na alimentação ou na habitação – promove a transferência de recursos públicos para os grupos económicos – benefícios fiscais, fundos comunitários, PPP’s, etc – alimentando os lucros escandalosos que estes têm apresentado. O PCP chama uma vez mais a atenção para os mais de 3000 milhões de euros de lucros alcançados só nos primeiros 9 meses do ano por parte dos grupos económicos do PSI – 20.

O rolo compressor dos direitos que representa a política do Governo PS e a acção do PSD, do CDS, do Chega e da IL, precisa de ser travado. É preciso denunciar e combater a política que usando sucessivos pretextos – troika, pandemia, guerra, outros – procura impor mais exploração e empobrecimento. A situação nacional impõe outro rumo para o País, com a valorização dos salários e pensões, a valorização dos serviços públicos, a promoção do investimento e da produção nacional. 

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