Intervenção de Paula Santos na Assembleia de República, Reunião Plenária

Defendemos a solução pacífica dos conflitos internacionais – não a escalada de confrontação e guerra

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Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sras. e Srs. Membros do Governo, Sras. e Srs. Deputados,

Para onde nos querem empurrar com mais confrontação e guerra, com o alimentar do conflito com armas com cada vez maior capacidade de destruição?

Sabendo que o prolongamento da guerra causará ainda mais perda de vidas humanas, mais sofrimento, maior destruição.

Para onde nos querem empurrar com a imposição da lógica dos blocos político militares e a militarização das relações internacionais?

Sabendo que esse caminho é contrário à paz, à segurança, à cooperação entre os povos do mundo.

Para onde nos querem empurrar com cada vez mais milhares de milhões para os armamentos?

Sabendo que, de forma chocante e inaceitável, milhões de seres humanos se debatem com a pobreza, a fome, a subnutrição, a falta de acesso a cuidados de saúde e à protecção social, a negação de direitos, a ausência de resposta às suas necessidades básicas.

Para onde nos querem empurrar com o fomento da corrida armamentista, incluindo de armamento nuclear?

Sabendo que a guerra não resolve nenhum dos problemas da Humanidade e que as armas nucleares são uma séria ameaça à sua sobrevivência.

Para onde nos querem empurrar com mais e mais sanções?

Sabendo que os seus aproveitamentos e brutais custos estão a ser suportados pelos trabalhadores e os povos, incluindo pelos trabalhadores e povo português, e que estão a levar ao agravamento das desigualdades e da pobreza.

Para onde nos querem empurrar com o branqueamento, a promoção e o apoio a poderes de cariz xenófobo, belicista e antidemocrático, rodeados e sustentados por forças de cariz fascista e nazi?

Sabendo o que estes representam de violento ataque às liberdades, aos direitos e à democracia.

Para onde nos querem empurrar com a apologia da guerra, a deturpação da verdade, a instigação do ódio?

Sabendo que é assim que se abre caminho às concepções mais reaccionárias, retrógradas e obscurantistas.

Não contem com o PCP para isso.

Defendemos a solução pacífica dos conflitos internacionais – não a escalada de confrontação e guerra.

Defendemos a liberdade e a democracia – não a promoção de golpes de Estado por grupos xenófobos e fascistas.

Defendemos a dissolução dos blocos político-militares – não o seu alargamento e intervenção por todo o mundo.

Defendemos o desarmamento geral, simultâneo e controlado – não a corrida aos armamentos.

Defendemos a cooperação com todos os outros povos para a emancipação e o progresso da humanidade – não a xenofobia, o nacionalismo e o fascismo.

A paz passa pelo fim do curso de militarização das relações internacionais, pelo fim do alargamento e reforço dos blocos político-militares, pelo fim da corrida aos armamentos.

A paz passa pelo estabelecimento de acordos de controlo, limitação e redução de armamentos, alguns dos quais abandonados, um após outro, durante as últimas décadas.

A paz passa pelo diálogo, pela cooperação com vista à implementação de medidas de confiança e segurança mútua, pelo desanuviamento das relações internacionais.

A paz passa pelo fim das sanções e dos bloqueios, pelo respeito dos direitos e soberania dos povos, dos princípios da Carta das Nações Unidas.

O respeito dos direitos, a solidariedade, a amizade entre os povos, devem prevalecer face a divisões e confrontos artificialmente criados, expressão de criminosos e obscuros interesses, contrários aos interesses dos povos.

Quem defende a paz não promove nem prolonga a guerra! 

O PCP está onde sempre esteve, do lado da paz – não da guerra.

Disse!

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