Intervenção de Isabel Camarinha, Secretário-Geral da CGTP, Encontro «Os comunistas e o movimento sindical – uma intervenção decisiva para a organização, unidade e luta dos trabalhadores»

CGTP-IN - a grande central sindical dos trabalhadores portugueses

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Desde a sua fundação, a CGTP-IN tem um papel destacado em todas as conquistas alcançadas pelos trabalhadores.

A história da CGTP-IN, herdeira das melhores tradições do movimento operário e sindical português, conquista e realização histórica dos trabalhadores, contou com o papel determinante dos comunistas que actuaram e actuam em unidade com homens e mulheres de diferentes opções políticas e religiosas.

O passo dado no dia 1 de Outubro de 1970 de convocar uma reunião com cerca de duas dezenas de sindicatos para a defesa da contratação colectiva, do horário de trabalho, a exigência da liberdade de reunião e o fim da censura, foi o culminar de um longo processo de resistência e de luta, de recuos e de conquistas, que o movimento operário e todos os trabalhadores desenvolveram mesmo perante a perseguição, a repressão e a tortura de que foram alvo os sindicalistas e os trabalhadores que lutaram durante o fascismo.

Uma história de intervenção e luta que deu origem a este movimento sindical de classe, a CGTP-IN e o movimento sindical unitário que congrega, que parte do reconhecimento de que a luta de classes é elemento determinante na evolução histórica da Humanidade e assume “o aprofundamento da democracia, o desenvolvimento económico, social, cultural, ecologicamente sustentado” tendo como objectivo central a defesa dos interesses dos trabalhadores e o desenvolvimento do país, interligando a luta pela resposta aos interesses imediatos com a luta mais geral pela transformação social, pela construção de uma sociedade mais justa e fraterna, sem exploradores nem explorados.

Esta natureza de classe de onde emanam os princípios fundamentais: uma central sindical unitária, democrática, independente, solidária e de massas, molda a forma de organização da CGTP-IN, a força e influência assentes na profunda ligação aos trabalhadores e aos locais de trabalho.

Para esta natureza de classe, para o respeito e cumprimento dos princípios programáticos, para esta profunda ligação às massas é fundamental o papel dos comunistas. A influência dos comunistas no movimento sindical unitário resulta da confiança dos trabalhadores, que nos elegem, em listas unitárias, para os representar como delegados sindicais, representantes para a SST, ou nas direcções das estruturas sindicais.

É no desenvolvimento destes princípios interdependentes, é a nossa natureza de classe, que dá forma aos objectivos programáticos pelos quais lutamos e que encontram nos valores, ideais e conquistas de Abril uma referência incontornável nos quais se alicerça a defesa da identidade e soberania de Portugal, lutando contra a ofensiva contra os direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores.

Este legado, as raízes, natureza, princípios e objectivos – a identidade deste poderoso colectivo que é a CGTP-IN e o movimento sindical unitário, é um elemento de confiança para os desafios com que os trabalhadores, o povo e o país se debatem no momento actual e que continuaremos a defender e a garantir.

A exploração capitalista e as opções e medidas de décadas de política de direita praticada por PS, PSD e CDS são a causa da situação dos trabalhadores e do país, acentuadas pela insuficiência das respostas e pela dependência do PS aos interesses do capital no quadro do surto epidémico.

Será a luta, a mobilização e esclarecimento dos trabalhadores, a sua sindicalização e organização, o elemento central para a transformação social e para a resolução dos problemas dos trabalhadores e do país.

Uma luta que temos vindo a desenvolver e precisamos de intensificar. Uma luta que conheceu no 1º de Maio de 2020 um momento alto, de firmeza e combatividade, de exigência das respostas insuficientes para assegurar salários e emprego, garantir o presente e lançar as pontes para o futuro.

Um 1º de Maio que abriu as portas ao desenvolvimento da luta e demonstrou que a CGTP-IN está sempre onde tem que estar, com os trabalhadores, na defesa intransigente dos seus interesses e direitos!

Luta que continuou e continua, em todos os sectores e por todo o país, partindo dos problemas concretos que se sentem nos locais de trabalho, apresentando as reivindicações, propostas e soluções.

Luta pelo aumento dos salários e das pensões, pela valorização das carreiras e profissões, pela negociação da contratação colectiva e dos cadernos reivindicativos e exigência da revogação da norma da caducidade das convenções, pela redução do horário de trabalho e contra os bancos de horas, laboração contínua e outras formas de desregulação dos horários.

Luta pela passagem a efectivos e contra os despedimentos arbitrários dos trabalhadores com vínculos precários com a desculpa da epidemia, luta contra os despedimentos colectivos e em defesa dos postos de trabalho, de exigência do cumprimento dos direitos dos trabalhadores, do pleno exercício da liberdade e actividade sindical, da garantia da protecção da saúde dos trabalhadores e de melhoria das condições de trabalho,

Luta em defesa da produção nacional, recuperação de sectores e empresas estratégicas para a economia, investimento público e nos serviços públicos e nas Funções Sociais do Estado.

Luta que conta e precisa da unidade na acção e da intervenção dos comunistas convergindo com os trabalhadores sem partido ou de outros partidos, nas empresas e locais trabalho, em torno dos objectivos concretos de resposta aos seus problemas e aspirações.

Luta que terá no dia 25 de Fevereiro o próximo momento de convergência na grande Jornada Nacional de Luta descentralizada, com greves, paralisações, plenários nas empresas e locais de trabalho e acções convergentes em todo o país e que estamos a construir para que seja uma poderosa afirmação da confiança e determinação dos trabalhadores na exigência da resposta necessária à valorização do trabalho e dos trabalhadores, por um Portugal com futuro!

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