Intervenção de Carla Cruz na Assembleia de República

Voto de condenação dos bombardeamentos à cidade síria de Aleppo

(voto n.º 142/XIII/2.ª)

Sr. Presidente,
Sr.as e Srs. Deputados:

Expressamos a nossa mais firme condenação da agressão contra a Síria, a solidariedade para com o povo sírio e a sua resistência e luta em defesa da paz, em defesa dos seus mais fundamentais direitos, em defesa da sua pátria, em defesa do seu país. A paz na Síria exige o fim do apoio aos grupos de mercenários e à sua ação de terror contra o povo sírio, exige o fim da agressão externa, exige o respeito pelos direitos do povo sírio, exige o respeito pela soberania, pela independência e pela integridade territorial da República Árabe Síria, exige o respeito pelos princípios da Carta das Nações Unidas e da legalidade internacional.

Há mais de seis anos que a República Árabe Síria e o seu povo são vítimas de uma sistemática ação de ingerência, de uma cruel guerra de agressão imposta e promovida pelos Estados Unidos, a França, o Reino Unido, Israel, a Turquia, a Arábia Saudita e o Catar, entre outros, e os grupos de mercenários que a criaram, financiam e armam e que são responsáveis pela brutal violação dos direitos do povo sírio, dos direitos humanos, pelos mais hediondos crimes, por milhões de deslocados e refugiados e pela destruição desse país. Temos presente que, no mesmo sentido deste voto, outros foram apresentados ao longo do tempo, incentivadores e coniventes com a guerra de agressão ao Iraque, de que ainda recordamos a Cimeira das Lajes, em 2003, ou com a guerra de agressão à Líbia, com o seu incomensurável rol de morte, de sofrimento e de destruição que conhecemos.

Guerras de agressão ao Iraque e à Líbia que, como a que é agora movida contra a Síria, constituem autênticos crimes, que, como tem sido denunciado e reconhecido, são suportadas por campanhas de manipulação e pela mentira, campanhas essas que apontam as vítimas como algozes e os verdadeiros algozes como vítimas. A pretexto dos legítimos sentimentos decorrentes do drama humanitário que se vive na Síria, o voto apresentado pelo PSD silencia e, desta forma, incentiva as ações levadas a cabo pelos grupos de mercenários e pelos países que apoiam a agressão contra a Síria e o povo sírio.

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