Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Surto de Legionella: Uma situação excepcional, exige medidas excepcionais

Surto de Legionella: Uma situação excepcional, exige medidas excepcionais

O surto de Legionella detectado no concelho de Vila Franca de Xira afectou até ao momento mais de 200 pessoas, quatro das quais acabaram por falecer.

Estamos perante uma situação muito grave cuja dimensão está longe de ser conhecida, já que se desconhece o universo de pessoas infectadas tendo em conta que o período de incubação da doença pode ir até 10 dias, o que exige reforço de meios, quer na detecção da origem do problema, quer no tratamento dos doentes infectados.

A situação, emergindo de forma súbita, põe ao mesmo tempo em evidência um conjunto de insuficiências verificadas na intervenção do Ministério da Saúde e do Ministério do Ambiente. Insuficiências que, no essencial, são consequência das políticas restritivas que têm vindo a ser implementadas nos últimos anos. Em vários momentos o PCP chamou a atenção para o facto da estrutura da Direcção Geral de Saúde ser claramente insuficiente para responder a situações como a que se está a viver no concelho de Vila Franca de Xira. Estamos a falar de um problema concentrado num único concelho e particularmente em três freguesias.

Na resposta hospitalar são evidentes os problemas sentidos nas urgências - equipas insuficientes, profissionais esgotados, falta de meios de diagnóstico, falta de camas para internamento, etc. Ao contrário do que tem sido afirmado publicamente, os doentes esperam horas até serem atendidos, como tem vindo a acontecer no Hospital de Vila Franca.

O PCP chama ainda a atenção para o facto de, perante a eventualidade da simultaneidade desta situação com um surto gripal, o que nesta altura do ano é uma possibilidade real e que provocará certamente um aumento muito significativo de atendimentos nas urgências, já de si saturadas, o Governo não pode deixar de tomar um conjunto medidas, independentemente dos custos financeiros, de reforço das equipas, mesmo que para tal seja necessário recorrer à contratação de profissionais de saúde - médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e outros.

Também as equipas do Ministério do Ambiente e da estrutura de saúde pública (esta última também claramente insuficiente para responder a situações graves), responsáveis pela detecção do foco de infecção, controlo das águas e torres de refrigeração, devem ser reforçadas porque na região afectada é muito significativo o número de empresas, espaços comerciais e outros equipamentos potenciais focos da doença.