Tal como na altura alertámos, a independência do Kosovo abriu um precedente grave relativamente à intervenção do imperialismo na criação de estados de forma artificial e de acordo com os seus interesses geoestratégicos, de acesso e controlo de mercados, recursos naturais e força de trabalho.
O caso do Sudão do Sul é, em tudo, parecido com o Kosovo. Não faltou a realização de um referendo financiado e promovido por várias potências, apenas na parte que reivindica a independência, como convém, sem que a restante população do país se pudesse pronunciar. Acresce a tudo isto que, na parte sul do Sudão, se localizam grandes reservas de petróleo fundamentais para o grande capital internacional.
A situação actual de reactivação de conflitos vivida no Sudão e em toda a região e a disputa na fixação da fronteira coloca em evidência que a criação artificial deste país não resolve nenhum dos problemas existentes nem melhorará as condições de vida dos milhões de sudaneses, antes acirrará contradições e conflitos.
Depois das grandes potências imperialistas terem retalhado o continente africano no seu interesse, tudo leva a crer que está reaberto no Sudão do Sul um processo que conduzirá a mais guerras e sofrimento para as já muito massacradas populações africanas.