Declaração de Agostinho Lopes, Comité Central do PCP, Conferência de Imprensa

Sobre a venda da Vivo à Telefónica

Ver vídeo

''

O anúncio da aquisição pela Telefónica da operadora Vivo constitui um acto de capitulação dos interesses nacionais determinado pelos interesses dos principais accionistas privados da PT. O PCP não pode deixar de sublinhar que a alienação pela PT da sua posição numa empresa com a dimensão e expressão da Vivo, acaba por pôr a nu a artificial encenação que ainda há poucas semanas o Governo ensaiou a propósito do uso da Golden Share para procurar apresentar-se como defensor dos interesses estratégicos do país.

Num momento em que se procuram iludir os prejuízos para o país decorrentes deste negócio, com uma alegada compensação do acto de alienação da Vivo com uma futura presença na OI (empresa sem qualquer equiparação do ponto de vista estratégico à agora alienada, bem como a futura posição desvalorizada da PT na OI, face à actual posição determinante na Vivo), o PCP reafirma que, feito o negócio, a questão essencial e exigível é a de que o governo imponha que o uso da receita agora obtida seja dirigida para o investimento nacional e para amortização da elevada dívida contraída com a aquisição da Vivo.

O PCP sublinha que este caso expõe com toda a clareza as consequências negativas que a entrega aos privados de um sector estratégico como o das telecomunicações acarretam ao país e ao interesse nacional, e recoloca com toda a premência a indispensável recuperação pelo Estado do controlo público deste sector.

 

  • Economia e Aparelho Produtivo
  • Central