Sobre o Inquérito ao Emprego do 4º trimestre do 2011

Sobre o Inquérito ao Emprego do 4º trimestre do 2011

O INE acabou de divulgar os dados resultantes do Inquérito ao Emprego do 4º trimestre de 2011. A taxa de desemprego em sentido restrito calculada para este trimestre é de 14,0%, o que corresponde a 771 mil desempregados. Em sentido lato, isto é, incluindo o subemprego visível e os inactivos disponíveis, a taxa desemprego situa-se nos 20,3%, o que corresponde a mais de um milhão e cento e sessenta mil desempregados (1 160 700).

Em termos médios anuais, a taxa de desemprego em sentido restrito fixou-se nos 12,7%, o que corresponde a 706,1 mil desempregados, enquanto em sentido lato a taxa de desemprego média anual em 2011 foi já de 18,4%.

Os dados agora divulgados reflectem uma subida impressionante do desemprego no último trimestre de 2011 e uma queda enorme no emprego. Não há memória de queda tão abrupta no emprego e de subida do desemprego, entre dois trimestres consecutivos.

Neste período o número de trabalhadores considerados desempregados em sentido restrito aumentou em 81 400 e a queda do emprego foi de 118 300. Se adicionarmos ao nº de trabalhadores que perderam o seu emprego no 4º trimestre de 2011, a subida dos inactivos neste mês trimestre (+ 43 000 inactivos), que inclui muitos trabalhadores que caíram no desemprego e que desistiram de procurar emprego, concluímos que a subida real do desemprego só neste último trimestre deve ter ficado próximo de 124 mil.

Das subidas de desemprego registadas por grupos etários, destacam-se sem margem para dúvida a taxa de desemprego atingida entre os jovens (35,4%).

Dada a evolução da taxa de desemprego nos vários trimestres de 2011 (respectivamente de 12,4%, 12,1%, 12,4% e 14,0%) verifica-se que a taxa de desemprego média anual em sentido restrito (12,7%) superou todas as estimativas apresentadas quer pelo Governo (12,5%,), quer pelo FMI (12,4%), quer pela Comissão Europeia (12,6%), quer pela OCDE (12,5%).

A alarmante e insustentável situação revelada por estes dados, confirma o rumo de desastre que a política do Governo e o pacto de agressão estão a impor aos trabalhadores, ao povo e ao país. Dados que tornam mais urgente e imperiosa a ruptura com esta política, a rejeição deste pacto e a construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda.