Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Sobre as notícias relativas ao reequipamento militar

Sobre as notícias relativas ao reequipamento militar

Face ao diversificado conjunto de notícias referentes ao reequipamento militar, entende o PCP manifestar o seguinte:

1 - Como desde há muito o PCP sugeriu, e face a noticias que há muito têm vindo a público, lançando suspeições sobre diversos programas constantes na Lei de Programação Militar, ter-se-ia imposto da parte do Governo um esclarecimento público sobre o conjunto dos programas, a sua real situação, graus de concretização e dificuldades existentes. Não se trata, como é óbvio, de revelar elementos que pela sua natureza devem manter-se sob reserva. Trata-se sim de, claramente, dizer ao povo português como está a ser utilizado o dinheiro dos seus impostos.

2 - A sucessão de notícias envolvendo decisões tomadas por Governos PS com o apoio do PSD e/ou CDS-PP, ou pelo Governo PSD/CDS-PP com o apoio do PS, arrastando consigo, inevitavelmente, as Forças Armadas, não são boas para a Instituição Militar e para a defesa do seu prestigio.

3 - Para o PCP, torna-se cada vez mais necessário não só a clarificação de processos em curso, e já eles mesmo envolvidos em polémica susceptível de lançar dúvidas sobre o seu desfecho, como verificar em abstracto outros, de modo a que tudo esteja devidamente claro.

4 - Desde há muito que o PCP vem exigindo que o Estado português exerça todas as prerrogativas para defender os seus interesses, posição que reforçadamente reafirma neste momento. Assim foi no que respeita aos Helicópteros e à criação da empresa Augusta Westland portuguesa; aos submarinos que para além de todo o novelo respeitante aos contratos e contrapartidas, subsiste o saber-se quais os custos de manutenção; às Pandur cujo desfecho parece encaminhar-se para a denúncia do contrato.

5 - Simultaneamente, o PCP considera que o tempo deu razão às posições que assumiu, quando da discussão e aprovação da Lei de Programação Militar, quanto às prioridades e objectivos das opções tomadas pelo PS, PSD e CDS-PP – opções que constituem elevados encargos para o país, que são justificadas numa lógica de participação em missões externas, em detrimento de outros, como seja o caso dos navios Patrulha, cujo programa nunca mais está concluído e cuja relevância para o interesse nacional é inegável.

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