A decisão da construção da nova travessia sobre o Tejo entre o Barreiro e Chelas, com valências rodo-ferroviárias, corresponde a uma reivindicação antiga do PCP e das populações da região de Setúbal, que contribuirá para um mais equilibrado ordenamento do território na Área Metropolitana de Lisboa, a melhoria das acessibilidades inter e intra-regionais e da qualidade de vida das populações de ambas as margens.

Tal como o PCP tem defendido em sucessivas ocasiões – nos programas eleitorais, nas resoluções das Assembleias de Organização, mais recentemente no Projecto de Resolução sobre o desenvolvimento do distrito de Setúbal entregue na Assembleia da República – é esta a solução que melhor serve os interesses da Península de Setúbal, da Área Metropolitana de Lisboa e do país.

Para o PCP, para além da definição da localização da nova ponte, coloca-se evidentemente o modelo de construção e de exploração. Tem sido demonstrado à evidência o carácter ruinoso do contrato de concessão à Lusoponte – onde sobram prejuízos para o Estado e para as populações e se acumulam lucros para a concessionária. O PCP reafirma que é absolutamente indispensável que no plano político se tomem as medidas necessárias para assegurar o carácter público da construção e da exploração desta desta nova infra-estrutura.

A decisão deste investimento reforça a necessidade de concretização de outros, há muito reivindicados pelas populações e pelas autarquias da região: a Circular Regional Interna da Península de Setúbal, sem portagens, a Plataforma Logística do Poceirão, a conclusão do Metro Sul do Tejo, ligação Almada / Moita, avançando com o projecto ligação do MST a Montijo / Alcochete. Associados a estes, reivindica-se do Governo uma política de criação do emprego com direitos, de defesa do aparelho produtivo da região e de valorização dos serviços públicos prestados às populações, condições indispensáveis ao desenvolvimento.