As organizações representativas dos trabalhadores da indústria de material eléctrico e electrónico, em Portugal, denunciam que "nos últimos três anos, mais de oito mil postos de trabalho foram eliminados pelas multinacionais que operam no sector, constituindo os exemplos mais graves de redução dos níveis de emprego, a LEAR, VISHAY, a PHILIPS, a YAZAKI SALTANO, a ALCOA FUJIKURA e a DELPHI". Situação que tenderá a agravar-se a concretizarem-se as novas ameaças de processos de transferência de encomendas e de deslocalização de empresas que conduziriam ao desemprego de mais de seis mil trabalhadores. Processos caracterizados por autênticas chantagens das multinacionais junto dos trabalhadores, nomeadamente, quanto à desvalorização dos salários, flexibilização dos horários de trabalho, precarização dos vínculos laborais, entre outros exemplos. Pelo que se impõem medidas, desde há muito preconizadas, para travar esta autêntica cavalgada ao máximo lucro e à máxima exploração, com total desprezo pelas suas consequências sociais e de forma incompreensível, chegando, por vezes, a suportar-se em meios financeiros comunitários.