Votámos contra resolução aprovada pelo Parlamento que, num inaceitável exercício de ingerência, pretende "reconhecer" Juan Guaidó como pretenso "presidente interino" da República Bolivariana da Venezuela, apelando à UE para que proceda de igual forma. Consideramos grave o apoio dado pelos deputados do PS, PSD e do CDS-PP a uma resolução que não só não contribui para a normalização da situação da Venezuela, como é profundamente contrária aos interesses de Portugal e da comunidade portuguesa que aí vive. A resolução dá cobertura à operação golpista orquestrada e comandada pela Administração Trump e apoiada por governos do denominado "Grupo de Lima", que pretende derrubar o legítimo Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, eleito pelo voto popular. Esta resolução despreza ainda a Constituição da Venezuela e o Direito Internacional; rejeitando as iniciativas para o diálogo – como a protagonizada pelo México e o Uruguai. Recordamos que o Parlamento que agora aprova esta resolução é o mesmo que ainda recentemente "legitimou'" um processo eleitoral fraudulento nas Honduras. Sublinhamos que o Parlamento e a UE não estão à margem da obrigação do pleno respeito pela soberania e independência dos Estados, designadamente do direito do povo venezuelano a decidir do seu futuro, livre de ingerências externas. Reafirmamos a nossa solidariedade às forças progressistas e ao povo da Venezuela.