O povo palestino aguarda há décadas pela concretização do seu legítimo e inalienável direito a um Estado independente, soberano e viável, nas fronteiras anteriores a 1967, incluindo Jerusalém Oriental, e a ser membro de pleno direito das Nações Unidas. Desde 1947 que a Assembleia-Geral das Nações Unidas estabeleceu o princípio da existência de dois Estados – o da Palestina e o de Israel. Um princípio reafirmado por várias deliberações dos órgãos das Nações Unidas ao longo ao longo das mais de seis décadas.

Mas apesar de ser clara a determinação à luz dos princípios da Carta das Nações Unidas, a realidade no território é bem diferente. Ao longo das últimas décadas, a intervenção política económica e militar de Israel, apoiada por sucessivas administrações dos Estados Unidos da América, com a conivência da UE, procurou inviabilizar e impedir a sua real existência, submetendo o povo palestino às mais diversas formas de violência e opressão, que se prolongam até hoje.

Por isso, num momento em que se exigia justiça, clareza e o apoio incondicional ao direito inalienável do povo palestino, esta resolução é ambígua, dando cobertura à continuação da imposição de condicionalismos que favorecem a manutenção da situação existente desde há décadas.

Assim, o nosso voto não podia ser favorável.