As estatísticas têm um papel importante no fornecimento de indicadores que sirvam para guiar políticas no sentido do desenvolvimento económico e social. Consideramos de grande utilidade a existência de informação estatística ao nível europeu que permita a sua comparabilidade no tempo e no espaço, entre Estados-Membros e dentro deles, o que implica a adopção de um conjunto de indicadores, definições e nomenclaturas comuns.
Discordamos é que as alterações que estão a ser propostas relativamente ao fornecimento de dados sobre as contas nacionais e regionais estejam intimamente ligadas à aplicação das políticas do semestre europeu e da governação económica, à obsessão pelo combate ao défice neste contexto de profunda crise económica e social. A adaptação proposta neste regulamento não tem que ver com o fornecimento de dados que permitam tomar decisões políticas a favor dos trabalhadores e dos povos mas antes com o prosseguimento e aprofundamento das políticas que em países como Portugal estão a impor a destruição da sua capacidade produtiva (quando o país necessitava de produzir mais), a criar mais desemprego (quando era necessário manter e criar emprego com direitos) e a aumentar a pobreza. A informação e a estatística não são neutras. Neste caso servirá apenas uma política que necessita urgentemente de ser derrotada.