Declaração escrita de João Ferreira no Parlamento Europeu

Rumo a uma genuína União Económica e Monetária

A UEM é um projecto do grande capital europeu, visando a redução dos custos unitários do trabalho (o verdadeiro objectivo por detrás da "estabilidade dos preços"), uma maior liberalização dos movimentos de capitais e, consequentemente, uma maior mobilidade do capital multinacional em busca de melhores condições de exploração de mão-de-obra e o domínio de mercados dentro do espaço europeu.
As suas consequências estão à vista: degradação das condições de vida e de trabalho; diminuição do peso dos salários no rendimento nacional; destruição de sistemas produtivos e acentuada desindustrialização nos países periféricos, por via da sua transformação em "consumidores" da produção excedentária dos países do centro.
A UEM é inseparável do aumento dos desequilíbrios macroeconómicos entre os diferentes países da zona euro, indissociável do endividamento dos Estados "importadores líquidos".
O caminho revelou-se insustentável, mas aqueles que dele beneficiaram não querem prescindir dele. Por isso, numa autêntica "fuga em frente", querem "aprofundar" o instrumento que tão bem serviu os seus interesses. É típico na UE: cada novo passo na integração procura legitimar o anterior e justificar o seguinte. E o que se segue é mais centralização de poder político e económico, novos passos no desenvolvimento de um capitalismo monopolista à escala europeia, mais ataques à soberania dos povos e à democracia.

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