Intervenção de

Revisão eventual da posição comum da UE sobre Cuba - Intervenção de Pedro Guerreiro no PE

A expressão de um genuíno desejo de diálogo baseado no mútuo respeito
da União Europeia para com Cuba era o que devia estar efectivamente em
debate no Parlamento Europeu.

Em nossa opinião, o estabelecimento de um tal diálogo - "aberto" e
"sobre todos os assuntos de interesse mútuo" -, exige, naturalmente,
que seja posto um fim aos obstáculos que foram criados para o
dificultar e, mesmo, impossibilitar. Tal significa a exigência da
anulação definitiva das sanções impostas pela União Europeia, em 2003,
neste momento temporariamente suspendidas, assim como a anulação
definitiva da posição comum da União Europeia relativamente a Cuba.
Medidas que abririam efectivamente a via à normalização das relações
entre a União Europeia e este país.

No entanto, essa não é a opção dos que forçaram a inscrição deste
debate na agenda do Parlamento Europeu, os mesmos que subscrevem a
proposta de resolução hoje posta a votação. O seu objectivo é a
promoção do isolamento de Cuba - aliás, em consonância com o
inaceitável bloqueio imposto a Cuba pela Administração norte-americana.
O seu objectivo é a promoção, descarada e "sem reservas", da ingerência
na situação interna deste país, procurando impor, por pressão externa,
decisões que só ao povo cubano compete soberanamente tomar.

Mas, a realidade o demonstra, a melhor resposta para tais intenções é o
amplo prestígio e o profundo significado que este país tem e a activa
solidariedade para com Cuba e o seu povo por parte de milhões e milhões
de seres humanos em todo o mundo.

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