Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Revisão da estratégia da UE em matéria de direitos

Este relatório defende, no geral, o aprofundamento de uma política hipócrita e instrumental na ingerência, pressão, agressão e guerra desenvolvida pelas grandes potências da UE e da NATO. Apesar de encontrarmos no relatório algumas contradições, prevalece nele uma visão hierarquizada dos direitos humanos, com a divisão entre liberdades cívicas e direitos sociais, o que se traduz numa regressão no carácter universal e indivisível dos direitos humanos que se afirma defender. Apesar de referências mitigadas e até mistificadoras da situação interna dos países da UE, prevalece a falta de crítica à imposição de políticas que visam o retrocesso de dimensão civilizacional no plano dos direitos humanos dos trabalhadores e dos povos de países como Portugal. Prevalece a visão mistificadora da introdução de cláusulas de "defesa dos direitos humanos" nos acordos de livre comércio, quando é conhecido e reconhecido que a concretização desses acordos tem levado às maiores pressões e à destruição de direitos humanos. Prevalece a ingerência - e a possibilidade de agressões militares - nos processos internos que desgostem aos interesses da UE, negando o direito dos povos à autodeterminação. Prevalece o interesse em impor regimes colaboracionistas com os interesses neocoloniais da UE de domínio da força de trabalho, de recursos naturais e mercados de que os monopólios da UE são dependentes.

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