Como já é hábito, a maioria do PE trata de forma diferente todos aqueles que são mais colaborantes com os interesses dos grupos económicos e as grandes potências e aqueles que assumem uma postura soberana ou cujos interesses são contraditórios com os que esta defende. Sempre tão diligente a condenar, a maioria do PE desta vez ficou-se pela "preocupação" com a brutal repressão do Governo turco contra as manifestações populares que se têm realizado durante estes dias em diversas cidades da Turquia. Manifestações populares que, tendo como ponto de partida a rejeição de medidas do Governo do AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento), liderado por Erdogan, rapidamente se transformaram numa ampla expressão de repulsa pela brutal repressão policial, pela prepotência e autoritarismo deste Governo e sua política, exigindo a sua demissão. São ténues ou inexistentes as referências ao Governo turco e à sua política de crescente limitação das liberdades e direitos, uma política que corresponde aos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros e do imperialismo no Médio Oriente, de que é exemplo o seu activo suporte e disponibilização da utilização do território turco como base da agressão externa à Síria. Pela nossa parte exigimos o fim imediato da repressão e solidarizamo-nos com a luta do povo turco.