Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Relatório Liese - tecidos e células humanos<br />Declaração de Voto de Ilda Figueiredo

O desenvolvimento dos meios de produção, assentes nas novas tecnologias, atingiu um estado de desenvolvimento superior que não se coaduna com os interesses privados de quem detém os meios de produção. O capitalismo trouxe a questão da propriedade e da mercantilização também para a vida e para o património natural. Ora, rejeitamos liminarmente a patenteação da vida, do ser humano e de todo o património natural, assim como a sua mercantilização. A questão dos direitos de propriedade criou confusão entre o que é uma descoberta e o que é uma invenção. As descobertas científicas devem ser promovidas pela investigação e consideradas um bem público. A vida existe e as suas leis não são inventadas. São descobertas. O problema é que a grande maioria da investigação actualmente não é pública. É feita por grandes multinacionais que se querem apropriar de tudo e rentabilizar essa apropriação, pondo em causa descobertas e desenvolvimentos que são pertença da humanidade e de cada indíviduo. Neste contexto, a venda, mesmo que voluntária de células e tecidos humanos (como por exemplo o sangue), deve ser totalmente proibida. A investigação nas ciências da vida e da biotecnologia deve ser essencialmente pública e deve beneficiar todos e não só quem pode pagar.

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