Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Relatório anual 2006 relativo à zona do Euro - Declaração de voto de Ilda Figueiredo no PE

Relatório García-Margallo y Marfil - relatório anual 2006 relativo à zona do Euro

Sabemos que a criação do euro foi uma decisão política que não teve em
conta as necessidades específicas dos membros da zona euro, como bem o
demonstram os diferenciais, relativamente a 2005, dos países membros da
zona Euro ao nível do crescimento económico, taxas de desemprego e
taxas de inflação.
Sempre afirmámos que, com uma política monetária única, com os
condicionalismos decorrentes do Pacto de Estabilidade ao nível
orçamental, seriam os trabalhadores a pagar os problemas da adesão ao
euro, para servir os interesses dos grupos económicos e financeiros. O
relatório em apreço torna isto bem claro, ao referir que "os mercados
de trabalho devem ser mais flexibilizados e que devem ser suprimidos os
aspectos da legislação relativa ao emprego permanente que podem
dificultar o ajustamento no mercado de trabalho", ou seja, insiste em
liberalizar o despedimentos e os contratos a prazo. Solicita,
igualmente, "que os salários respondam mais rapidamente à mudança das
circunstância económicas", ou seja, que sejam reduzidos de acordo com o
ciclo. Não pode haver mais clareza nas intenções.
Mas não satisfeito com isto, o relator defende ainda a liberalização
dos serviços e da energia, a aplicação estrita do Pacto de
Estabilidade, o cumprimento da agenda de Lisboa, ou seja, a cartilha do
consenso liberal europeu.
Daí o nosso voto contra.

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