Relatório Trentin - orientações gerais para as políticas económicas para 2002<br />

O nosso voto contra reflecte a nossa oposição quer às orientações para as políticas económicas, baseadas no Pacto de Estabilidade, quer a alterações contidas no relatório que apontam também no mesmo sentido. Infelizmente, as instituições comunitárias, designadamente o PE, teimam em manter o rumo das políticas macro-económicas face a todas as evidências e necessidades de crescimento e emprego na União Europeia. Ora, o caminho devia ser o oposto, com mais investimento, nomeadamente investimento público, dado o período de desaceleração económica, os factores de risco que subsistem a nível internacional e o crescimento do desemprego. O relatório Trentin apela ao cumprimento da estratégia de Barcelona, que confirma o pendor liberal de Lisboa, apela à flexibilização do mercado de trabalho, aceita a moderação salarial, apesar de introduzir a possibilidade do crescimento de acordo com a produtividade, esquecendo que a transferência dos salários para os lucros não se traduziu em mais investimento e mais emprego. Apela também à flexibilidade e mobilidade laboral e quer mais qualidade do emprego, o que é uma contradição. Só haverá mais emprego com mais investimento e maior qualidade se o emprego não for a prazo, precário e mal remunerado, o que, lamentavelmente, o relatório não afirma. Mesmo alguns aspectos positivos que abordava, caíram na votação no plenário.

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